Um lugar para os malucos por motores do ciclo Diesel compartilharem experiências. A favor da liberação do Diesel em veículos leves no mercado brasileiro, e de uma oferta mais ampla de biocombustíveis no varejo.
segunda-feira, 13 de julho de 2020
Caso para reflexão: Renault Kwid e a incoerência de se restringir o Diesel por capacidades de carga e passageiros ou tração
Naturalmente um utilitário 4X4 compacto como o Suzuki Jimny seria uma boa referência para quem cogita uma opção que concilie capacidade de incursão off-road com um tamanho que permaneça mais cômodo ao uso cotidiano urbano que seria mais frequente, mas o fato de ser um veículo efetivamente mais especializado tende a incorrer em alguns inconvenientes que o consumidor generalista e mesmo usuários profissionais não estariam dispostos a aceitar. A maior complexidade inerente à tração 4X4 é um fator que tem desencorajado uma parte do público quando não seja algo estritamente necessário, e a configuração de carroceria com apenas duas portas é incapaz de proporcionar uma praticidade que é imprescindível em algumas circunstâncias, tornando até compreensível que se desfavoreça um jipe de concepção mecânica mais tradicional diante de um hatch "popular" que não é um concorrente direto e na melhor das hipóteses poderia ser facilmente apresentado como uma alternativa aos SUVs com um perfil mais voltado ao público urbano. Guardadas as devidas proporções, tendo em vista até o fato da atual geração do Suzuki Jimny Sierra mesmo sendo classificado como "utilitário" para a finalidade de homologação no Brasil não oferecer nenhuma opção por um motor turbodiesel nem na Europa, ainda é impossível negar a relevância que a discussão em torno de uma hipotética liberação do Diesel para veículos leves teria não só para quem quer "ostentar" de SUV mas principalmente para quem depende do carro para trabalhar e eventualmente vá trafegar por trechos onde muitos teriam receio de trafegar para chegar numa pousada rural num fim-de-semana...
Para atender a usuários particulares, além da manobrabilidade favorecida pelas dimensões compactas em comparação a um soft-roader que esteja mais próximo de definições mais aceitas em torno do que seria um SUV, a viabilidade de utilizar um motor com a cilindrada e e as faixas de potência e torque menores não deixa de ser útil para viabilizar por exemplo o uso do catalisador LNT (Lean NOx Trap) caso venha a ser oferecida uma versão turbodiesel à medida que recrudescem as regulamentações de emissões, com a vantagem de dispensar o SCR e por conseguinte o fluido-padrão AdBlue/ARLA-32 que já são tidos como imprescindíveis para manter o desempenho esperado pelo público em outras regiões. E até em serviços de suporte técnico de telefonia que incluem a manutenção das estações rádio-base em áreas remotas, para as quais teoricamente uma caminhonete 4X4 seria invariavelmente melhor, os custos de eventuais reparos sendo cobrados do condutor do veículo caso o gestor de frotas alegue um "mau uso" fazem com que alguns técnicos até prefiram usar um pé-duro que tenha menos elementos propensos a sofrer uma falha. No fim das contas, tanto para quem se obriga a carregar o peso morto dum sistema de tração 4X4 com a intenção de assegurar o direito ao Diesel quanto para quem possa ser bem atendido por um veículo mais compacto em usos profissionais, o Renault Kwid é um parâmetro improvável mas que já revela algumas incoerências nas restrições ao Diesel no Brasil.
2 comentários:
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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.
It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.
Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html
Agora que é até difícil ver um SUV novo sem o câmbio automático, forçar a barra chamando o Kwid de SUV faz menos sentido. E mesmo que precise aprender a dirigir com câmbio manual para tirar carteira de motorista, podendo escolher depois eu não faria a menor questão de câmbio manual. No trânsito de São Paulo é difícil achar quem ainda diga que realmente gosta do câmbio manual.
ResponderExcluirMais recentemente eu só vi EcoSport com câmbio manual. Pelo que eu me lembre o Duster e o Tracker tem a opção pelo manual nas versões de entrada mas eu só vi dos novos com câmbio automático.
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