segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Chevrolet Silverado 1500 americana de 4ª geração e o motor Duramax LM2: um bom passo para viabilizar a internacionalização

Com toda uma cultura se desenvolvendo em torno do Diesel para as caminhonetes full-size nos Estados Unidos, paralelamente à obsessão pelos V8 de ignição por faísca que parece longe de esfriar, a oferta de uma nova geração de motores turbodiesel de 3.0L e 6 cilindros marca presença nas "half-tons" como a Chevrolet Silverado 1500 de 4ª geração. O único motor em linha nessa classe, contrastando com os V6 da Ford F-150 e da RAM 1500, também acaba despertando um interesse especial junto a uma parte do público mais acostumada ao predomínio de motores com cilindros em linha nas aplicações comerciais pesadas. Trata-se de um motor de concepção moderna, com bloco e cabeçote de alumínio e comando de válvulas duplo no cabeçote sincronizado por corrente, apresentando potência e torque específicos altos e uma elasticidade que o torna mais ao gosto do público generalista em comparação a alguns motores com 4 cilindros e cilindrada maior destinados a aplicações mais pesadas.

Com potência de 277hp a 3750 RPM e torque de 624Nm de 1500 a 3000 RPM e atingindo uma rotação máxima de 5100 RPM, seria de fato injusto reputá-lo como inerentemente inferior a um V8 a gasolina naturalmente aspirado com cilindrada entre 76 e 77% mais alta, o que de certa forma já justifica que o Duramax LM2 seja o único motor atualmente oferecido para a Silverado 1500 em alguns países como o Paraguai onde existe uma clara preferência pelo Diesel em caminhonetes de um modo geral. Também o mercado brasileiro apresenta essa peculiaridade, destacada à medida que as gerações mais modernas de motores Diesel foram alçadas a uma condição de prestígio anteriormente reservada a motores V6 e V8 movidos a gasolina, de modo que rumores quanto a um retorno da Silverado por importação oficial ao Brasil fazem mais sentido mesmo que uma 1500 só possa ser homologada com o motor turbodiesel em versões 4X4 devido à capacidade de carga nominal de 916kg quando na configuração de cabine dupla permanecendo abaixo do valor mínimo de uma tonelada exigido para os veículos de tração simples com acomodação para menos de 9 passageiros além do condutor serem considerados "utilitários". Vale destacar que, apesar de ser efetivamente usado em aplicações comerciais principalmente nos Estados Unidos, Canadá e México, o perfil de utilização das pick-ups full-size modernas no Brasil e na maioria dos países vizinhos é mais direcionado ao lazer, e justifica a aura prestigiosa que tem rodeado os motores turbodiesel de concepção mais recente.

Mesmo que o fato de ser produzida somente com cockpit do lado esquerdo dificulte uma ampliação do programa de exportação para abranger também alguns países de mão inglesa que exigem o cockpit do lado direito, apesar da possibilidade de fazer uma conversão como é bastante comum na Austrália e na Nova Zelândia para veículos americanos de alto valor agregado, não se pode negar que a simples oferta do motor Duramax LM2 torna um modelo como a Chevrolet Silverado 1500 mais desejável em países onde um custo maior dos combustíveis em comparação aos Estados Unidos se torna desfavorável a um sedento V8 a gasolina tão frequentemente associado às "banheiras" americanas no imaginário popular mundo afora. Simplesmente por ainda se enquadrar numa faixa de peso bruto total abaixo de 3500kg também é relevante no Brasil e até na Europa, tendo em vista que pode ser conduzida com a carteira de motorista para automóveis, enquanto modelos mais pesados a partir da classe 2500 que oferecem como opção um motor V8 turbodiesel de 6.6L também com a denominação Duramax exigem habilitação para caminhões. Convém destacar também que pick-ups acabam sendo a opção menos penalizada no tocante a impostos para os fãs de um bom V8 americano sedento por gasolina em alguns países, exatamente em função de serem homologados como veículos comerciais mesmo que no fim das contas tenham um uso meramente recreativo, mas convenhamos que fica difícil resistir à tentação da eficiência do turbodiesel.

Apesar de serem eventualmente tratadas como um anacronismo que só perdura nos Estados Unidos por conta dos baixos preços dos combustíveis e da estrutura tributária favorecer os chamados "caminhões leves", bem como no Canadá e no México por também servirem como base de produção para abastecer ao mercado americano sob os auspícios do NAFTA, é impossível negar uma atração que caminhonetes full-size exercem junto a uma grande parte do público em outras regiões. Desde aquela idealização do "American Way Of Life" refletida numa preferência pelos veículos americanos até os estereótipos de "agroboy", modelos como a Chevrolet Silverado 1500 de 4ª geração são uma tentadora materialização de alguns aspectos bastante peculiares da cultura automobilística americana que ainda conquista muitos fãs mundo afora. Nesse contexto, um motor que concilia características modernas e maior eficiência a uma concepção que não foge à imagem de robustez é um bom passo para facilitar a internacionalização.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
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