domingo, 7 de novembro de 2021

Pick-ups compactas: uma maior austeridade entre operadores se torna desafiadora para a disponibilização de motores Diesel

Um país que recebeu e acabou por amalgamar diversas influências no mercado automobilístico, o Brasil tornou-se particularmente receptivo às pick-ups compactas, tanto em função de custos mais contidos em comparação a utilitários maiores quanto por geralmente se revelar mais conveniente para prestadores de serviço em ambiente urbano. A atual prevalência da tração dianteira nos carros "populares" generalistas, que tendem tendem a ser os mais frequentes a originar pick-ups pequenas como a Fiat Strada, às vezes é vista com algum descrédito junto a uma parte dos operadores profissionais, mesmo que invariavelmente marquem presença nas mais variadas atividades no Brasil, até em serviços de manutenção e construção onde nem sempre as condições das vias de acesso e dos canteiros de obras são as melhores. Realmente a acomodação da carga tende a interferir na concentração de peso entre os eixos, e tende a comprometer o desempenho em algumas condições de terreno.
Por mais que seja até tecnicamente possível implementar recursos como tração 4X4, mas o predomínio do motor transversal na categoria imponha um maior desafio para acomodar uma caixa de transferência propriamente dita e com a "reduzida" para fins de homologação como utilitário e assegurar o direito ao uso de motor turbodiesel mesmo com a capacidade de carga inferior a uma tonelada e acomodação para menos de 9 passageiros além do motorista, predomina uma concepção mais austera. No caso da Fiat, o motor FIRE Flex de 1.4L que hoje faz a alegria dos gestores de frota e pesou a favor da Strada ao tomar a liderança nas vendas de "comerciais leves" desde a geração anterior, enquanto na linha Volkswagen a Saveiro é o último modelo a ainda dispor de um motor com duas válvulas por cilindro nas versões mais direcionadas efetivamente ao trabalho. Convém destacar que a evolução em alguns sistemas associados a motores de ignição por faísca costuma ser mais lenta comparados aos turbodiesel, especialmente entre utilitários compactos e mais direcionados a mercados "emergentes" como a América Latina, e o Brasil como um dos principais hubs de produção automobilística na região com uma zona de abrangência que também inclui partes da África favorece uma abordagem mais tradicional quanto à ignição por faísca ao invés de motores 1.0 turbo de 3 cilindros e injeção direta mais caros de produzir que um motor 1.6 com 4 cilindros e injeção sequencial naturalmente aspirado.
Além da categoria das pick-ups compactas derivadas de automóvel ter uma maior demanda no mercado interno, e a exportação ser bem mais modesta também em função do dumping das imitações chinesas de alguns utilitários subcompactos japoneses, as infundadas restrições ao uso de motores Diesel em alguns veículos com base nas capacidades de carga e passageiros ou tração também tem impactos sobre a pauta de exportação regional ao inibir desenvolvimentos dessa opção por economia de escala. Eventualmente uma prevalência de motores mais rústicos em função da incidência de impostos para veículos de carga ser rigorosamente a mesma sem distinção de cilindrada, ao contrário de automóveis de passageiros e até alguns modelos de uso misto do tipo SUV para os quais com a ascensão do turbo e da injeção direta os motores de 1.0L deixaram de ser exclusividade dos "populares" mais pé-duro, acaba por exacerbar uma diferença no custo entre os flex e um turbodiesel comparável, dificultando a inserção num segmento tão sensível ao custo inicial. Portanto, é inegável que um público mais austero impõe alguns desafios, como hoje as versões mais básicas das pick-ups compactas hoje figuram entre os exemplos mais apurados.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html