sexta-feira, 26 de novembro de 2021

5 casos eventualmente improváveis que poderiam ser tentadores para adaptar um motor Cummins B3.9

O motor Cummins B3.9 é frequentemente subestimado na linha Ford quando tomamos por referência a F-250, que nas versões com certificação de emissões Euro-2 costuma ser mais apreciada quando dispõe do MWM Sprint 6.07 TCA, embora possa ser creditado por boa parte do sucesso que a F-350 alcançava até ser tirada de linha no final de 2011, tanto que o relançamento em 2014 com motor Cummins ISF2.8 enquadrado na Euro-5 foi insuficiente para reter uma clientela de perfil mais conservador. E apesar das premissas essencialmente utilitárias que balizaram no Brasil a prevalência de motores turbodiesel com 4 cilindros em pick-ups full-size de concepção americana em detrimento dos V8 a gasolina mais fáceis de encontrar tanto nos Estados Unidos quanto em países como Colômbia e Venezuela, é impossível deixar de reconhecer alguma influência da Cummins junto ao mercado de reposição e adaptações, e o B3.9 ou "4BT" como também tornou-se popularmente conhecido tornou-se tão icônico a ponto da Cummins ter passado a oferecer nos Estados Unidos e Canadá uma versão do ISF2.8 rebatizada como R2.8 e voltada a competir com os V8 small-block a gasolina entre as opções para repotenciamento de caminhonetes. A maior ênfase em aplicações utilitárias comerciais ou veículos preparados para off-road pesado pode até parecer um empecilho para instalações em modelos de outras categorias e perfis de utilização, apesar de no fim das contas ser fácil listar ao menos 5 opções eventualmente improváveis mas interessantes para ter um Cummins B3.9 adaptado no lugar do motor original:

1 - Nissan 350Z: um dos esportivos japoneses mais marcantes dos últimos 20 anos, influenciou muito a minha geração. Embora a posição do motor dianteiro-central fosse insuficiente para eliminar alterações na concentração de peso entre os eixos ao se tentar substituir o motor Nissan VQ35DE ou VQ35HR por outro mais pesado, como é o caso do Cummins B3.9 e ainda exigisse que a seção dianteira praticamente seja reprojetada para acomodar sem maiores interferências com componentes estruturais e com sistemas como o de direção e a suspensão, seria uma tentação difícil de resistir. Embora um fanatismo específico pela Cummins pudesse levar a crer que o ISF2.8 ou o R2.8 pareçam mais óbvios para cometer tamanha "heresia" devido às dimensões mais compactas e portanto mais fáceis de conciliar aos compartimentos de motor com um espaço menos generoso comparados aos de caminhonetes full-size, é inegável que o 4BT continua sendo uma referência;

2 - Toyota Tundra: embora pudesse parecer mais lógico usar um motor da própria Toyota ou da Hino, divisão de caminhões da Toyota que é desconhecida no Brasil mas famosa em diversas regiões mundo afora, tantas expectativas que já surgiram e foram arrefecidas quanto à possibilidade da opção por um turbodiesel ser oferecido ficaram sempre naquele vôo de galinha. E supondo que eventualmente algum proprietário de uma Tundra com motorização flexfuel apta a utilizar o etanol além da gasolina faça uso dessa característica, para quem nutre algum entusiasmo por combustíveis alternativos também poderia ser tentador um B3.9 para fazer experiências com biodiesel ou até eventualmente o uso direto de óleos vegetais brutos;

3 - Mustang de 6ª geração: marcando a internacionalização desse modelo, que passou a ter muito mais importância em meio à estratégia da Ford de se concentrar em segmentos com maior valor agregado, a atual geração do Mustang abdicou consideravelmente daquela concepção mais abrutalhada que era um dos expoentes máximos da cultura automobilística dos Estados Unidos. Assim como Carroll Shelby fez um esforço monumental para alçar o Mustang à condição de um esportivo cultuado mundialmente, seria compreensível que alguém aplicasse uma boa dose de redneck-engineering, eventualmente até abrindo mão da suspensão traseira independente se fosse necessário adaptar um eixo traseiro rígido Ford de 9 polegadas para suportar o torque de um Cummins B3.9 com alguma preparação especial para se ajustar melhor às premissas de esportividade atribuídas ao Mustang;

4 - Chevrolet Bel-Air '55: além de ter inaugurado a geração dos carros Chevrolet full-size conhecida como Tri-Five que foi até '57, também marcou a chegada do lendário motor V8 small-block Chevrolet. Considerando que para uma parte considerável dos dieselheads o Cummins B3.9 tem uma importância até certo ponto comparável à do "small-block Chevy" junto aos hot-rodders, além de ambos os motores terem uma aplicabilidade praticamente intercambiável em alguns segmentos alheios ao uso veicular, já soa menos "heresia" essa possibilidade;

5 - Land Rover Discovery 3: um daqueles modelos de projeto bastante sofisticado, cuja manutenção às vezes requer procedimentos como desacoplar carroceria e chassi para acessar alguns componentes mais específicos, como a correia da bomba de combustível de alta pressão nos motores V6 turbodiesel entre 2.7L e 3.0L originalmente oferecidos. À medida que vai sendo revendido para quem se deixa encantar por uma "nave" já usada a preços mais próximos aos de alguns carros generalistas novos, e parecem até esquecer que os custos de manutenção permanecem a patamares mais altos que os de carros "normais", o momento que se fizer necessário algum reparo mais trabalhoso e dispendioso certamente é tentador para cogitar a adaptação de um motor de concepção mais rústica.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

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