terça-feira, 6 de junho de 2023

[Especial - 79 anos do Dia D] Rápida observação sobre a falta que um motor Diesel teria feito para o Jeep durante a II Guerra Mundial

É inegável que, junto a tanques de guerra e as mais diversas aeronaves e embarcações, o Jeep original foi um dos recursoso mais decisivos para o sucesso dos Aliados em um desfecho da II Guerra Mundial que teve no desembarque na Normandia em 6 de junho de 1944 uma das ações mais importantes, tanto que passados 79 anos ainda se conhece tal operação simplesmente como "O Dia D". Naturalmente seria o fato de se questionar o Jeep ter sido um dos poucos veículos de transporte não-especializado para os quais a princípio um motor Diesel compatível ter sido praticamente impossível de disponibilizar com a rapidez que o esforço de guerra desencadeado após o ataque japonês a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941 deflagrou, assim como aparentemente a possibilidade de implementar o método Hesselman a um motor de ignição por faísca também tenha sido ignorado, embora alguns fatores de ordem técnica possam ter pesado a favor do uso do motor Willys Go-Devil de 2.2L e 4 cilindros com válvulas laterais. A bem da verdade, pode-se deduzir que a primeira experiência de muitos americanos com a mecânica de automóveis durante o entre-guerras ter sido com o Ford Modelo T desencorajava a adoção de algum motor muito radical, em contraste com o que se observava em tanques de guerra que chegaram a usar os motores mais aparentemente improváveis como os grandes motores radiais originalmente destinados a aviões e outros mais experimentais considerando os de ignição por faísca, e até alguns usaram motores Diesel radiais rejeitados pelos pilotos de avião, e embarcações para desembarque anfíbio lançavam mão das mais diversas variações dos motores Detroit Diesel da série 71 que ainda tinham um certo aspecto de novidade para alguns recrutas...
Devo salientar que até certo ponto chega a me surpreender que ninguém tenha ao menos cogitado usar o motor do Ford Modelo T com algumas alterações implementadas ainda no entre-guerras à medida que o automobilismo amador ganhava espaço nos Estados Unidos, e podia ter se beneficiado da familiaridade de militares tanto dos Estados Unidos quanto até da gloriosa Força Expedicionária Brasileira que lutou no front italiano, além do sistema de ignição por magneto com um comutador de baixa tensão usado no Ford Modelo T ser mais resistente à umidade que um distribuidor como o que se usava no Jeep. Apesar da possibilidade de fazer ambos os motores poderem eventualmente funcionar com querosene, em parte pelas taxas de compressão patéticas para os padrões modernos, e que um carburador parecia "à prova de burro" para uma geração que ainda tinha pouca familiaridade com motores Diesel até entre os filhos de fazendeiros que haviam crescido aprendendo a fazer manutenção em tratores a gasolina, e pelo Jeep ter aquele viés de simplicidade e versatilidade que favorecia uma abordagem mais conservadora, poderia soar tentador experimentar uma adaptação do motor Detroit Diesel que talvez fosse a única com uma disponibilidade rápida e a modularidade e intercambialidade de componentes com versões de uso naval poder ter simplificado a logística, embora certamente fosse desafiador no tocante ao peso e ao volume que ainda eram críticos em proporção à cilindrada e potência mesmo em comparação aos motores de ignição por faísca com válvulas laterais e faixas de rotação também relativamente lentas. Enfim, mesmo que poucas décadas mais tarde um motor turbodiesel tenha já sido alçado à condição de opção óbvia para aplicações militares, as condições técnicas à época da II Guerra Mundial impediram que o batismo de fogo acontecesse naquele contexto, mesmo que ironicamente o mesmo bloco surgido no Go-Devil com válvulas laterais e posteriormente modificado para ter as válvulas de admissão no cabeçote ainda em versões a gasolina e já rebatizado como Hurricane tenha sido aproveitado quando a Mitsubishi criou por conta própria versões Diesel já com as válvulas de escape também no cabeçote a partir de 1958 em meio à reconstrução japonesa no contexto do Plano Colombo análogo ao Plano Marshall que fomentou a reconstrução da Europa.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html