sexta-feira, 1 de março de 2024

5 motivos pelos quais seria estupidez exigir o sucateamento de um veículo com motor Diesel homologado em alguma norma de emissões "defasada"

Em meio à histeria em torno de uma eletrificação impositiva que demoniza os motores de combustão interna de um modo geral, os Diesel ainda são um dos principais alvos da caça às bruxas mesmo sendo um pilar da economia tanto no Brasil quanto em muitos outros países. Mesmo com gerações mais novas de motores turbodiesel alcançando patamares de desempenho comparáveis aos motores de ignição por faísca, modelos já antigos como a Kia Besta com o motor J2 de 2.7L com injeção indireta e aspiração natural homologado nas normas Euro-2 continuam marcando presença nas ruas das principais cidades brasileiras. E ao menos 5 motivos podem ser apontados em defesa de veículos teoricamente "defasados" que ainda seguem em efetiva operação:

1 - percepção de maior durabilidade: motores antigos cujo projeto remonta a épocas nas quais, além da qualidade inferior de alguns insumos como o teor de enxofre do óleo diesel e as especificações dos óleos lubrificantes, a manutenção era bem mais precária em oficinas independentes, naturalmente ainda são vistos como mais duráveis até pela resiliência diante de algumas condições de uso severas;

2 - fácil manutenção: naturalmente a menor sofisticação permite uma manutenção simplificada, e além de ser possível usar ferramentas mais simples uma ausência de dispositivos de controle de emissões que hoje são considerados problemáticos como filtros de material particulado (DPF) é uma preocupação a menos para os operadores. E a bem da verdade, mesmo um motor antigo quando mantido corretamente está longe de ser tão "poluidor", sem emitir uma quantidade exagerada daquela fuligem que se associa à imagem dos motores Diesel para apontá-los frequentemente como um desastre ambiental;

3 - adaptabilidade a combustíveis alternativos: no caso de modelos com injeção indireta, é relevante a facilidade até para um eventual uso direto de óleos vegetais como combustível alternativo, tendo em vista que até a glicerina naturalmente presente no óleo e removida durante a produção de biodiesel tem a combustão mais completa. Por mais que seja um desperdício ignorar a utilidade da glicerina para fins industriais, em que pese a maior complexidade da produção do biodiesel tendo em vista a necessidade de usar também álcool e algum catalisador (normalmente hidróxido de sódio, a popular soda cáustica), é relevante destacar que o descarte inadequado de óleo de cozinha usado pode contaminar os lençóis freáticos e o solo. E até uma eventual integração com outros combustíveis alternativos, como por meio de injeções suplementares de etanol ou gás natural, também é viável para explorar melhor as vantagens que possam proporcionar ao processo de combustão, em alguns casos com resultados até próximos aos de motores mais modernos e homologados em normas de emissões mais rigorosas;

4 - impacto ambiental da produção de um veículo novo para substituir: muito se fala acerca de uma "sustentabilidade" como um pretexto para impor restrições absurdas à circulação de veículos com motor de combustão interna, embora tais circunstâncias tenham mais motivações políticas que técnicas. E uma eventual substituição de veículos antigos por análogos enquadrados nas normas mais recentes, ou 100% elétricos a depender do caso, também pode ter no fim das contas um footprint ambiental mais pesado do que seria possível com uma extensão da vida útil operacional de um utilitário mais antigo, tendo em vista desde a extração de matérias-primas de origem mineral até o beneficiamento industrial, bem como a logística tanto de distribuição dos veículos novos quanto do descarte dos antigos;

5 - liberdade de escolha: esse deveria ser um aspecto inegociável, mas vem sendo frequentemente ameaçado nos mais diversos âmbitos em nome dos mais diversos coletivismos de fachada que servem apenas de pretexto para as mais espúrias aspirações ditatoriais serem levadas a cabo.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html