terça-feira, 26 de março de 2024

Por que é particularmente estúpido a Toyota nunca ter oferecido a opção por um motor Diesel no 4Runner de 5a geração?

Com a peculiaridade de ter a produção ainda no Japão, mas com a geração atual voltada à exportação para países onde se usa o sentido de tráfego na mão continental (o Japão usa a mão inglesa), o Toyota 4Runner até chegou a ser oferecido com algumas opções de motor turbodiesel em gerações anteriores, antes de um afastamento estético com relação à Hilux e ficar mais voltado especificamente para os Estados Unidos onde é consumida a imensa maioria dos exemplares novos. Se ao menos em teoria é mais fácil supor que o principal mercado para o modelo ser tradicionalmente mais receptivo a motores a gasolina e de alta cilindrada, a ponto do motor 1GR-FE 4.0 V6 ter sido consolidado como o único em pouco tempo após o lançamento quando o 2TR-FE 2.7 de "só" 4 cilindros parou de ser oferecido, na prática há uma diversidade de condições que favoreceriam ao menos a opção por um motor turbodiesel até para atender a alguns interesses diretos da administração pública dos Estados Unidos ou de países alinhados a políticas de cooperação internacional com o governo americano. Embora outros modelos da Toyota na mesma faixa de tamanho sejam mais comuns fora dos Estados Unidos, tanto produzidos no Japão quanto em outros hubs de exportação como a Tailândia e a África do Sul ou até a Argentina, bem como já tenham opção por motores turbodiesel modernos, e a depender das condições regionais às vezes até mesmo o motor 5L-E de 3.0L com injeção indireta e aspiração natural ainda possa ser especificado, uma massificação dos motores turbodiesel em frotas operacionais militares mundo afora e aspectos logísticos referentes ao suprimento de um combustível comum já poderiam beneficiar os veículos das missões diplomáticas americanas também.

Além de motores turbodiesel de fabricação própria da Toyota como o já antigo 1KD-FTV, ou o 1GD-FTV recentemente envolvido numa polêmica referente à homologação enquanto ascendia a uma condição de principal motor turbodiesel na linha de utilitários Toyota até em algumas faixas de peso mais alto que o de um SUV mid-size tradicional, poderia ser até o caso de considerar o repotenciamento com um motor fornecido por terceiros, sem ignorar precedentes históricos abrangendo o uso de motores Mercedes-Benz substituindo os motores japoneses a gasolina no momento que a Toyota deu início à produção no Brasil ainda na época do Bandeirante. Em regiões onde a diferença dos preços da gasolina e do óleo diesel convencional favoreçam motores turbodiesel na categoria do Toyota 4Runner, tanto naquelas mais lenientes no tocante às normas de emissões quanto em outras onde já há um maior rigor nesse parâmetro, pode ser justificável recorrer a uma padronização de adaptações com algum motor turbodiesel que tenha suporte técnico bem estabelecido em escala global, podendo ser efetuada pela Toyota Gibraltar Stockholdings por exemplo, ou por um fornecedor independente como a Cummins, cujo motor ISF2.8 já recebeu uma versão de especificação americana batizada R2.8 e mais focada no mercado de reposição. Naturalmente seria preferível uma solução original de fábrica, como o motor 1GD-FTV já usado em modelos de tamanho comparável ao Toyota 4Runner de 5a geração e até feitos nas mesmas instalações, considerando desde uma correta integração com outros sistemas eletrônicos originais do veículo até a Toyota aproveitar uma eventual economia de escala com peças off-the-shelf que acaba refletindo também nas rotinas de manutenção ao longo da vida útil operacional.

Destacando ainda como o Toyota 4Runner de 5a geração também tem a presença apagada pelo fogo amigo de modelos semelhantes em partes da América Latina, talvez a ênfase na exportação para os Estados Unidos favoreça a imagem de um modelo ou mais luxuoso ou mais esportivo e essencialmente destinado a usuários de perfil mais recreativo, e assim o motor V6 a gasolina ainda pudesse parecer muito mais de acordo com uma assimilação do American Way of Life, e o 1GR-FE ser um motor de concepção um tanto conservadora soa menos problemático para a manutenção rotineira num primeiro momento. A bem da verdade um motor a gasolina mais "arcaico", sem algumas complexidades como o turbo e a injeção direta que são imprescindíveis nos motores Diesel modernos para atenderem às normas de emissões mais rigorosas, também é favorecido ao dispensar filtros de material particulado já exigidos em meio à ascensão da injeção direta em motores a gasolina e até flex tanto no Brasil quanto em outros países onde o etanol tem sido levado a sério mesmo que em menor proporção. É inegável que um motor de ignição por faísca mais tradicional agrade a um público bastante diverso a nível mundial fora, onde uma influência direta do mercado automobilístico americano siga presente por proximidade geográfica ou pela influência de Hollywood consolidando as mais diversas modas, mas fatores que vão do preço dos combustíveis à imagem de maior resiliência a condições operacionais pesadas ainda fazem u.a opção por motor turbodiesel permanecer desejável no Toyota 4Runner de 5a geração, e até mesmo poderia ampliar a presença global desse modelo.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html