Um lugar para os malucos por motores do ciclo Diesel compartilharem experiências. A favor da liberação do Diesel em veículos leves no mercado brasileiro, e de uma oferta mais ampla de biocombustíveis no varejo.
sexta-feira, 9 de março de 2012
Uma rápida reflexão sobre a mamona
As propriedades lubrificantes do óleo são até hoje reconhecidas por usuários de veículos com motor de ignição por faísca, tanto nos de ciclo 2-tempos devido à melhor estabilidade em misturas com etanol quanto em alguns motores 4-tempos (ciclo Otto). Vale destacar que, antes do advento das bases sintéticas, a Castrol usava óleo de mamona como base, e a recordação dessa experiência permanece na marca, com uma clara referência à mamona, conhecida em inglês como "Castor bean".
Hoje, com a questão ambiental em pauta, não adianta apenas pensar no uso de biocombustíveis sem procurar uma opção de lubrificante que também contribua para reduzir a dependência de petróleo, e por conseguinte garantir uma maior segurança energética em meio aos tumultos políticos nas regiões petrolíferas...
Vale destacar que a mamona não chega a causar um prejuízo tão significativo à produção de alimentos como vem acontecendo com a cana-de-açúcar que serve de matéria-prima ao etanol brasileiro e o milho usado no etanol americano ou mesmo às vastas áreas florestais devastadas na Malásia para abrir espaço ao dendê usado para fazer biodiesel, e devido à conhecida rusticidade a mamona não agrava o problema do desmatamento por não demandar a abertura de novas fronteiras agrícolas para seu cultivo.
Cresce com facilidade até mesmo em áreas que apresentem alguma degradação ambiental, podendo contribuir para uma revitalização das mesmas. Além de aumentar a concentração de micronutrientes no solo, viabilizando a rotação de cultura com gêneros alimentícios, auxilia na regulação térmica devido ao aumento na umidade relativa do ar que proporciona.
Apesar de ser uma boa opção para fomentar a agricultura familiar devido à facilidade no manejo, podendo ser consorciado com outros cultivares, a mamona acabou perdendo prioridade para a abundante soja na produção brasileira de biodiesel por conta da baixa viscosidade do óleo, tido como "fino" demais e inadequado para a produção de um biodiesel de boa qualidade. Visando manter uma lubricidade adequada às necessidades de uma bomba injetora num motor Diesel de concepção mais rústica, a mamona passa a ser vista com desconfiança, mesmo que o "petrodiesel" com teores reduzidos de enxofre como o S50 fique mais "fino" mas nem por isso deixe de ser implementado...
Nada impede, no entanto, o uso do óleo de mamona puro como combustível, ou mesmo misturado em diferentes proporções ao diesel convencional. Dispensando os processos necessários à produção de biodiesel, ainda apresenta bons resultados, mesmo que nessa circunstância a glicerina não possa ser extraída e reaproveitada em aplicações industriais. A já conhecida performance do óleo como lubrificante pode até mesmo ser muito bem aproveitada para preservar a durabilidade e o desempenho em motores mais antigos.
Independentemente do tipo de injeção, seja indireta ou direta, tanto em motores com injeção totalmente mecânica mais dependentes de uma alta lubricidade quanto nas novas gerações de motores Diesel com gerenciamento eletrônico, o óleo de mamona permanece como uma boa opção para atender à demanda por combustíveis alternativos conciliada à preservação ambiental e ao desenvolvimento econômico e social.
2 comentários:
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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.
It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.
Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html
A mi me gusta más el Jatropha xq es mejor para convertir en biodiesel, pero el ricino aun tien ventajas. Donde se plante el Jatropha no se puede alternar con la producción de comida.
ResponderExcluirUm pé de mamona cresce e atinge a maturidade reprodutiva mais rápido, e ainda é mais fácil de remover para abrir espaço à rotação com cultivares alimentícios.
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