Um dos pontos mais controversos está relacionado às novas normas de controle de emissões veiculares e aos recursos técnicos adotados para o cumprimento das mesmas. Se por um lado acabam atenuadas as emissões que saem diretamente pelo escapamento, por outro as emissões indiretas aumentam devido a uma intensificação na demanda por energia em processos industriais desde o chão da fábrica até a refinaria de petróleo. Um caso que merece ser analisado com especial atenção é o das pickups médias mais recentes, como a atual geração da Chevrolet S10: para enquadrar-se nas normas Euro-5 o controverso sistema EGR acabou se tornando a opção prevalente no controle das emissões de óxidos de nitrogênio. Mais compacto que o sistema SCR, portanto mais facilmente aplicável em veículos leves, dispensa o uso do líquido reagente conhecido como ARLA-32, AdBlue ou DEF mas, além de provocar uma maior sensibilidade ao teor de enxofre presente no óleo diesel, interfere de forma prejudicial no processo de combustão.
Ao recircular parte dos gases de escape, que tornam-se inertes por conta da combustão, numa proporção que pode chegar a 30% do volume dos mesmos, leva a uma formação excessiva de material particulado, gerando deposições indesejáveis de carbono levando a entupimentos tanto no corpo da válvula EGR quanto no filtro de particulados (DPF). Não custa lembrar que a intensificação nas emissões de particulados denotam prejuízos à eficiência por conta de um processo de combustão incompleto. Por mais que o mapeamento do sistema de injeção seja orientado a promover uma maior economia de combustível, o EGR impõe severas limitações que não atingiam versões antigas.
Uma vantagem proporcionada pela ausência do EGR em modelos de especificação anterior, cuja certificação abrangia de Euro-1 a Euro-3, é a maior adaptabilidade a combustíveis alternativos, como óleos vegetais, cuja queima é prejudicada em função da redução de temperatura na câmara de combustão causada pelo EGR, facilitando a polimerização da glicerina e deposição de resíduos que possam provocar danos severos ao motor.
Com o EGR, acaba por ser imprescindível o uso de óleo diesel S50 para evitar danos internos ao motor em função da acidez dos gases de escapamento com maior concentração de ácido sulfúrico ao se usar óleo diesel com teor de enxofre mais alto. Anteriormente à introdução do diesel S50 nos postos brasileiros, ocorreram alguns casos de motores danificados em caminhonetes importadas, entre as quais algumas da marca SsangYong que também sofriam danos no tanque de combustível em função do enxofre...
A manutenção em um veículo equipado com EGR fica mais onerosa, desde as descarbonizações da válvula até uma eventual retífica ou remanufatura que se faça necessária para corrigir danos resultantes do uso de combustíveis fora das especificações recomendadas e da margem de tolerância, passando por uma regeneração forçada do DPF em algumas circunstâncias, como quando o veículo opera com mais freqüência no chamado "ciclo da dona-de-casa", em percursos curtos onde fica difícil manter uma temperatura mais alta dos gases de escapamento para diminuir a saturação do filtro e por conseguinte restrições ao fluxo da tubulação de escape.
Até mesmo em veículos pesados, nos quais o sistema SCR tornou-se a opção mais popular em função da disponibilidade ainda limitada do óleo diesel S50 fora dos grandes centros urbanos, mesmo que ainda seja mais fácil manter a precisão do mapeamento do sistema de injeção e portanto não ocorra um aumento do consumo de combustível, pode ser observada uma contradição: a produção do reagente ARLA-32 demanda energia, nem sempre proveniente das fontes mais "limpas", além de provocar uma maior complexidade de processos logísticos envolvidos na manutenção de condições operacionais dos veículos. Vale lembrar que quando não há ARLA-32 a bordo, o sistema de gerenciamento reduz potência e torque automaticamente para forçar a reposição do mesmo, trazendo prejuízos ao desempenho.
Acabou ocorrendo uma flexibilização das normas para atender às necessidades das frotas militares, visto que tanto o EGR quanto o SCR impõem alguma dificuldade para a manutenção de condições operacionais.
O público civil, no entanto, vem ficando cada vez mais preso à estupidez burocrática e à incompetência governamental, em nome de uma falsa "consciência ambiental" que se revela cada vez mais incoerente...
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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.
It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.
Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html