Uma das ameaças mais graves à eficiência de motores Diesel, e que passou a ser mais conhecida no mercado brasileiro quando foram introduzidas localmente as normas de controle de emissões CONAMA P7, equivalentes à Euro-5, o EGR tem efeitos que vão além do consumo excessivo de óleo diesel, aumento das emissões de
material particulado e deposições de resíduos carbonizados no coletor de admissão podendo levar a obstruções no fluxo de ar, agravando ainda mais os prejuízos ao desempenho decorrentes do próprio funcionamento do sistema.
Com o aumento na emissão de material particulado, o sistema de escapamento também fica comprometido, e um dos componentes mais afetados é o
filtro DPF, que devido à sobrecarga acaba por requerer intervalos menores entre os ciclos de regeneração. Catalisadores, tanto de núcleo cerâmico quanto metálico, também podem ter entupimentos, que em determinadas circunstâncias podem levar a um superaquecimento da tubulação até mesmo a ponto de provocar um grave risco de incêndio. As obstruções no escapamento acabam por comprometer também a ação do
turbocompressor, devido ao fluxo mais lento...
Um dos aspectos mais críticos do EGR está relacionado à
manutenção: devido à maior deposição de resíduos tanto ao redor da válvula quanto no coletor de admissão, tais componentes necessitam de mais cuidados, e eventualmente serem desmontados para descarbonização. Além disso, há um risco maior de contaminações do óleo lubrificante, que passa a requerer substituição mais freqüente para que seja mantida a correta lubrificação de modo a preservar a longevidade do motor.
Outro problema é a menor tolerância a variações na qualidade dos combustíveis: qualquer óleo diesel com
teor de enxofre mais elevado passa a ser uma ameaça, visto que a formação de compostos sulfurosos e a recirculação dos mesmos por dentro do motor é mais intensa, tornando o Diesel S-50 (ou S-35 no Chile e Paraguai, e em breve o Diesel S-10 em substituição ao S-50) imprescindível. Entre os
combustíveis alternativos, as maiores dificuldades estão relacionadas ao
uso de óleos vegetais puros (tanto virgens quanto residuais), e assim restam basicamente como opções o
biodiesel, o
etanol e o
óleo diesel de cana-de-açúcar.
Criou-se ainda um mito de que o EGR poderia levar a uma redução na incidência de superaquecimento nos motores, mas tal afirmação é um grande equivoco: os gases de escapamento antes de serem readmitidos passam por um cooler conectado radiador, portanto o calor continua circulando pelo sistema de refrigeração. Vale destacar que os gases não chegam a ser totalmente resfriados, ou seja, ainda são admitidos a uma temperatura relativamente alta, logo com uma massa menos densa. De tal forma, a desativação do EGR mostra-se benéfica ao permitir que seja admitido um volume de ar mais frio e denso, com uma quantidade maior de oxigênio, promovendo então um processo de combustão mais completo e eficiente.
Apesar de um aumento nas emissões de óxidos de nitrogênio, podendo levar à reprovação do veículo em inspeções ambientais por conta da desativação do EGR, tal procedimento apresenta vantagens incontestáveis em aplicação prática.
Trabalho numa empresa de ônibus e tivemos alguns problemas com o EGR desde o ano passado. Até já tem alguns ônibus que tiveram o EGR tampado dos 2 lados para não jogar mais fumaça no coletor, só não pudemos desmontar todo o EGR para não dar erro no módulo.
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