domingo, 27 de maio de 2018

5 precedentes que vieram a culminar com a greve dos caminhoneiros

Enquanto parte da mídia e alguns políticos de esquerda já tentam atribuir somente aos caminhoneiros a culpa pelo momento conturbado no Brasil, é importante destacar alguns precedentes que acabaram por levar à atual situação.


Monopólio estatal dos hidrocarbonetos: servindo de "muleta" para a manipulação política dos preços da gasolina e do óleo diesel no período das eleições de 2014 e para a formação de "cabides" de emprego para apadrinhados da ditadura lulopetista, facilitou com que a Petrobras fosse espoliada. Não se pode negar que uma concorrência tivesse sido salutar, eventualmente não só no segmento de petróleo e gás natural mas também para fomentar o biodiesel e o biogás/biometano e manter a competitividade do etanol;

O caso das refinarias Premium: com o projeto aprovado pela Dilma ainda em 2006 enquanto era presidente do conselho da Petrobras, e com um perfil de refino que deveria priorizar justamente a produção do óleo diesel convencional que ainda é o principal combustível do transporte comercial e de máquinas agrícolas e de construção, as refinarias Premium deveriam ter sido construídas no Maranhão e no Ceará mas nunca saíram do papel. O projeto foi cancelado em 2010, mesmo diante da euforia em torno do "pré-sal" e de terem sido consumidos R$2.800.000.000,00 sem nenhum retorno para o cidadão que hoje paga essa conta de quase 3 BILHÕES de reais;

Falta de uma renovação de frota: depois que alguns esquerdistas-caviar começaram a alegar que um dos motivos para a caminhoneirada fazer a paralisação seria "comprar caminhão novo", não é de todo má idéia recordar o estado de sucateamento de uma parte ainda considerável da frota de caminhões em operação no Brasil, bem como o impacto que tal situação somada à precariedade de manutenção acarreta sobre o consumo de combustível. Enquanto os pseudo-intelectuais querem dar liçãozinha de moral dentro de uma sala com ar condicionado, cafeteira gourmet e banheiro privativo, parecem esquecer que o caminhoneiro merece alguma dignidade no posto de trabalho e muitas vezes acaba tendo que fazer as pausas para descanso dentro da cabine em locais sem muita assistência nem infraestrutura de apoio, e portanto SE a renovação de frota fosse efetivamente parte da pauta de reivindicações dos caminhoneiros ainda seria justa;

Rechaçamento ao biodiesel e ao uso de óleos vegetais como combustível: quando medidas como o PLS 81/2008 que visava uma desoneração fiscal para o óleo vegetal a ser usado como combustível para veículos, máquinas e embarcações usados na agricultura e transporte de insumos e produtos agropecuários são engavetadas, a chance de viabilizar uma efetiva redução nos custos operacionais do transporte que atenderia ao menos uma das pautas dos caminhoneiros em greve vai por água abaixo. É importante destacar que uma produção regionalizada de biocombustíveis, que ficaria mais fácil justamente com o uso direto de óleos vegetais que possam ser extraídos de cultivares adequados às diferentes condições climáticas e geográficas brasileiras e a um custo mais contido por requerer menos insumos químicos e energia que a produção do biodiesel. Portanto, cabe considerar também a importância que o biodiesel e óleos vegetais brutos poderiam ter num âmbito de soberania nacional e segurança energética. A produção menos centralizada não só levaria a uma menor dependência pelas refinarias, concentradas numa faixa mais próxima do litoral, mas também a um custo menor com o transporte das usinas de extração do óleo e/ou produção de biodiesel até os consumidores;

Regulamentações esdrúxulas da ANP impedindo o progresso dos biocombustíveis: já não é de hoje que os biocombustíveis são relevantes para uma renovação da matriz energética, visando não só uma menor dependência pelos combustíveis fósseis mas também no aspecto ambiental. Além de ter levado a uma inviabilização do etanol frente à gasolina em parte pelo alinhamento Lula-Chávez e pela arrogância diante de uma aceitação que esse combustível alternativo vinha alcançando nos Estados Unidos, e de uma forte retração na produção de biodiesel que levou ao fechamento de usinas, pode-se levar a crer que até uma integração da produção de biogás/biometano com uma necessária expansão das redes coletoras de esgoto e do manejo de resíduos sólidos urbanos ou agropecuários se mantém mais distante de ganhar espaço no mercado por causa da burocracia e eventuais dificuldades para uma justa remuneração dos produtores. Pode até não parecer muito relevante considerando as rotas de longa distância, além do mais que o gás natural não tem uma capilarização muito abrangente pelo interior do país e também depende do transporte por caminhão para chegar a algumas cidades que não são atendidas por ramais dos principais gasodutos como o Bolívia-Brasil, mas o biometano até poderia compensar em parte essa deficiência e suprir de forma satisfatória algumas rotas regionais e na "última milha" da distribuição urbana.


Depois que foi promovido um verdadeiro golpe contra a segurança energética brasileira, não apenas agora com o Temer mas já durante a cleptocracia instalada em 2003 à qual ele dá continuidade (não custa lembrar que ele foi vice da Dilma, então os mesmos que votaram nela elegeram ele e são de fato igualmente culpados pela crise que vem se deflagrando no país), a herança maldita foi jogada para cima de cidadãos de bem que já são espoliados com uma carga tributária obscena sem receber uma justa contrapartida. A conta da corrupção tem ficado cada dia mais pesada e, enquanto a população vê o poder de compra ser corroído pela inflação e por políticas desastrosas, alguma esperança acaba sendo depositada sobre a redução nos custos para o transporte de modo a facilitar o escoamento da produção e o acesso a itens de primeira necessidade. Ao contrário do ex-caminhoneiro venezuelano Nicolás Maduro, que hoje tem nas mãos o sangue derramado pela ditadura chavista à qual ele deu continuidade, os caminhoneiros brasileiros estão refletindo a insatisfação e o clamor popular por uma vida mais digna. Enfim, levando em conta tanto pontos específicos como o preço do óleo diesel e dos pedágios quanto outros problemas no tocante à criminalidade e ao sucateamento da infraestrutura rodoviária, não se pode alegar a inexistência de precedentes para a greve dos caminhoneiros nem aceitar que os corruptos de plantão aleguem "não saber de nada"...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html