sábado, 15 de setembro de 2018

Top 5 de estereótipos sobre quem é a favor do Diesel em veículos leves

Como muitas outras pautas polêmicas, a defesa da liberação do Diesel em veículos leves no mercado brasileiro fomenta estereótipos às vezes equivocados em torno de quem a endossa. Seja por mera ignorância, ou como parte de uma tentativa deliberada de impor opiniões contrárias como se fossem uma verdade absoluta, alguns pontos são enfatizados mais intensamente ao embalo de conveniências políticas. Seguem 5 dos estereótipos que parecem ser mais comuns, ao menos no Brasil...

1 - sem preocupação com o meio-ambiente: esse é o mais constantemente apontado, e de certa forma acaba fortalecido pelo exibicionismo de alguns proprietários de pick-ups alteradas para emitir propositalmente uma quantidade exagerada de material particulado, prática conhecida e difundida nos Estados Unidos como "rolling coal" e às vezes usada para hostilizar condutores de veículos tidos como "ecológicos" a exemplo do Toyota Prius e do Nissan Leaf. De fato, não é incomum se deparar com quem considera bonito aquela fumaceira toda, mas quem prioriza a eficiência energética superior inerente a motores do ciclo Diesel prefere manter o motor corretamente regulado. Outro aspecto que contraria esse estereótipo é a ênfase na adaptabilidade a combustíveis alternativos como o biodiesel ou mesmo o uso direto de óleos vegetais brutos, cuja produção ao ser regionalizada pode contribuir também para promover uma estabilização biológica e até mesmo a revitalização de áreas degradadas através do cultivo de oleaginosas rústicas que sirvam de matéria-prima para os biocombustíveis e auxiliem na fixação do nitrogênio no solo para eventuais rotações de cultura com gêneros alimentícios diversos. Muito mais "sustentável" que alguns discursos da maconheirada "de humanas"...

2 - um cowboy de posto frustrado: como a maioria dos veículos particulares com motor Diesel hoje em circulação no Brasil são pick-ups e sport-utilities, que acabam desvirtuando-se da proposição de priorizar o óleo diesel convencional para aplicações laborais na agropecuária e no transporte pesado para tornarem-se de certa forma um símbolo de status tanto no campo quanto na cidade, alguns ignorantes insistem em apontar uma eventual frustração diante dos altos custos de uma pick-up "de agroboy" como pretexto para defender o direito de usar motor Diesel num carro menor que vá ser efetivamente usado para finalidades profissionais. A bem da verdade, muitos consumidores que hoje se entregam aos encantos duma sport-utility o fazem motivados pela combinação entre a ausência de opções de veículos antes tradicionais como as station-wagons e a má condição das ruas e estradas.

3 - caipira/colono ignorante: esse é um estereótipo complicado de abordar, não só pelo desrespeito ao produtor rural que faz das tripas coração para evitar que o Brasil morra de fome a exemplo do que está ocorrendo na Venezuela mas também por desconsiderar características operacionais que fazem tanto do óleo diesel convencional quanto do biodiesel ou óleos vegetais mais desejáveis que o gás natural e o biogás/biometano ou o etanol até mesmo em áreas urbanas. A princípio poderia soar mais lógico que um agricultor ao não abrir mão do direito de usar um veículo com motor Diesel preferisse um utilitário 4X4 pela aptidão a enfrentar terrenos irregulares, mas nem sempre é tão prioritário quanto investir num trator. A grande presença de carros como o eterno Fusca pelos mais remotos rincões do interior, e diversos modelos da linha Fiat mesmo nas principais fronteiras agrícolas apesar da tração apenas dianteira, devido ao custo de manutenção reduzido, já seria uma justificativa plausível a favor da liberação do Diesel.

4 - malandros/adeptos da Lei de Gérson: poucos foram os veículos de tração simples com capacidade de carga nominal inferior a uma tonelada e acomodação para menos de 9 passageiros além do motorista que puderam em algum momento contar com a opção pelo Diesel, cujo preço anteriormente subsidiado sob a premissa de atender às aplicações "utilitárias" tornava bastante atrativo recorrer a um Gurgel Carajás ou uma Saveiro equipados com o motor Volkswagen 1.6D mais conhecido no Brasil como "o motor da Kombi Diesel". Mas se formos fazer uma analogia com os cariocas que hoje se beneficiam do desconto no IPVA ao ter o automóvel convertido para gás natural, mesmo que prefiram usar gasolina e instalem um cilindro de gás com capacidade de 7,5m³ só para assegurar o benefício fiscal apesar de andar com um peso morto a bordo, ou quem em qualquer localidade bem servida de gás natural vá efetivamente usar esse combustível numa "banheira" que não teria condição de sustentar na gasolina, a premissa de gostar de levar vantagem em tudo também estaria presente...

5 - apego exacerbado a uma mecânica mais tradicional: esse é um dos argumentos mais usados em meio às discussões com quem tenta fazer dos veículos híbridos um contraponto ao Diesel, sendo que na prática ambos os sistemas não precisam ser necessariamente tratados de forma antagônica. É impossível negar que muitos dieselheads ainda se apegam à tradição de maior durabilidade e aptidão a condições ambientais severas que se observavam em motores mais antigos que nem sempre tinham um desempenho tão vigoroso quanto o de similares com ignição por faísca, mas isso não significa que todos rejeitem uma eventual modernização e até a integração com sistemas que provenham algum grau de hibridização como o MGU-H que ainda parece distante de chegar a modelos de produção em série, o BAS-Hybrid já usado em veículos com motor Diesel pela Maruti-Suzuki, o Hybrid4 que foi usado nas únicas versões 4X4 de gerações anteriores de alguns modelos da Peugeot e da Citroën, e os ônibus híbridos da Volvo que já circulam no Brasil. Naturalmente, uma maior resistência à massificação do gerenciamento eletrônico é encontrada entre os "sobrevivencialistas" que apostam num "pau véio" apto a usar até óleo de fritura velho como combustível num cenário pós-apocalíptico como a melhor opção por serem menos susceptíveis a danos causados pelos temidos pulsos eletromagnéticos, mas aí já é outra história...

4 comentários:

  1. Eu ainda vejo uma insistência maior em colocar os híbridod como motivo para não liberar carro a diesel. Preferi sempre moto, amo Harley-Davidson, e até não dava tanta importância para diferenças de motor de carro, mas agora realmente o motor a diesel faz algum sentido.

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  2. Se tem o estereótipo de "cowboy de posto" para homem que gosta de motor a diesel, qual seria o estereótipo para as madames de caminhonete de luxo?

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    1. Aí já é mais fácil replicar o estereótipo das "soccer moms" americanas que trocaram as minivans por SUVs.

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  3. Esse papo todo de meio ambiente não resolve nada, só usam como desculpa para não deixar os outros ganhar dinheiro honestamente

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html