domingo, 29 de dezembro de 2019

Jeep Wrangler: alinhamento com a Europa na motorização a gasolina, mas ainda sem opção Diesel

Um daqueles casos difíceis de explicar, o Jeep Wrangler nunca teve oferecida no mercado brasileiro a opção por algum motor turbodiesel como em outros mercados de exportação, e mais recentemente até nos Estados Unidos onde a atual geração pode receber o motor VM Motori L630 DOHC V6 de 3.0L como alternativa ao Pentastar V6 de 3.6L a gasolina oferecido desde a geração anterior e também ao motor GME T4 "Hurricane" de 2.0L com 4 cilindros em linha, turbo, injeção direta em configuração "mild-hybrid" com o sistema BAS-Hybrid de 48 volts. Já na Europa, em função de uma incidência de impostos atrelada à cilindrada é mais convidativa ao downsizing, é disponibilizado somente o motor "Hurricane" para quem opta pela gasolina e para quem prefere um turbodiesel o V6 de especificação americana dá lugar a um motor da série Pratola Serra de 2.2L também com 4 cilindros, equipado com sistema start-stop mas sem a mesma assistência híbrida da opção a gasolina.

Possivelmente pesou mais favoravelmente ao motor "Hurricane" a assistência híbrida, tendo em vista a recente diminuição da alíquota do imposto de importação e do IPI para veículos híbridos e elétricos, ainda que a tributação baseada na cilindrada normalmente seja menos relevante no Brasil quando se trate de veículos aptos à homologação como "utilitário" e permita recorrer a um motor turbodiesel. Outro fator eventualmente tão relevante quanto é o fato de híbridos estarem isentos do rodízio de veículos em São Paulo, apesar da configuração "mild-hybrid" ainda não ser bem compreendida pelos burocratas de plantão Não é de se estranhar portanto que tenha sido tomado o rumo do downsizing, além do mais que a proposta off-road do modelo tende a fomentar discussões ainda mais acaloradas entre a preferência por essa técnica ou pelo downrevving quando se trata de motores turbodiesel, em proporção até maior que a observada no tocante a motores de ignição por faísca mas que também faz sentido ao se considerar os efeitos de uma melhor distribuição de peso entre os eixos na transposição de trechos irregulares. Por outro lado, não faz sentido que se deixe de incluir a opção por motorização turbodiesel, mesmo que fosse igualmente alinhada com a Europa. O fato do motor oferecido por lá dispensar o sistema SCR mesmo já homologado nas normas de emissões Euro-6, e assim não usar o fluido AdBlue/ARLA-32, é até mais uma vantagem prática, sobretudo considerando a disponibilidade de insumos automotivos não ser tão constante em algumas regiões mais afastadas de grandes centros que podem ser até mais interessantes de se visitar a bordo de um jipão 4X4.

Pode-se dizer que a Jeep tem quase como se fosse uma reserva de mercado no Brasil para o Wrangler, tendo em vista a inércia de outros fabricantes e importadores que ou direcionam modelos semelhantes para nichos específicos ou simplesmente não os trazem para o país. A estratégia da FCA de ampliar a presença da marca Jeep a nível mundial, embora esteja mais focada em modelos com uma concepção menos tradicional que a do Wrangler, já foi até certo ponto surpreendente por ter levado à oferta dum tipo de sistema híbrido na atual geração desse clássico, mas ignorar a importância da disponibilidade de um motor turbodiesel no Brasil faz menos sentido do que possa parecer. Exatamente pela inércia no Brasil de concorrentes diretos que fazem frente ao modelo em mercados internacionais e da falta de competitividade dos poucos modelos nacionais com alguma similaridade técnica por fatores que vão desde a escala de produção até a falta de amenidades hoje essenciais como o câmbio automático, estender ao Brasil a oferta de um motor turbodiesel para o Wrangler seria favorável às perspectivas de expansão mundial da Jeep ao atrair uma parte do público que pela falta de opção recorre a modelos que acabam não atendendo tão plenamente às expectativas, preferências e/ou efetivas necessidades.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

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