quarta-feira, 2 de março de 2022

5 veículos de motor transversal que seriam interessantes como mula de testes para adaptar um motor Perkins 1103

A configuração de motor transversal, mais frequentemente vista como um método para incrementar a eficiência geral mediante uso de um sistema de transmissão mais compacto e leve e ainda racionalizar mais a proporção entre o espaço ocupado pelo compartimento do motor e o volume disponível para os passageiros e eventuais cargas, já vem marcando presença em veículos das mais diversas categorias e faixas de tamanho. Também é mais comum que na linha Diesel essa aplicação seja associada a motores de alta rotação desenvolvidos de acordo com a filosofia do downsizing, embora a princípio nada impeça especificamente o uso de algum motor "de trator" como o Perkins 1103. Dentre vários veículos que por algum motivo pudessem ser uma plataforma interessante para testar um motor tão rústico de 3 cilindros e 3.3L com uma faixa útil de rotações mais estreita que o mais frequentemente associado aos motores transversais, vale destacar ao menos 5 que seriam particularmente tentadores para fazer uma adaptação tão improvável:

1 - Ford Explorer de 5a geração: a única geração do modelo a ter motor transversal, e para as versões mais austeras a tração dianteira ao invés de traseira, foi oferecida com motores somente a gasolina com 4 cilindros em linha entre 2.0L e 2.3L com turbo e injeção direta, ou opções de 6 cilindros em V entre 3.5L de aspiração natural e injeção sequencial (inclusive flex) ou turbo com injeção direta e 3.7L apenas com aspiração natural e injeção sequencial que era oferecido exclusivamente em versões destinadas ao uso como viatura de polícia. Naturalmente, de forma análoga ao que ocorria no Brasil durante o início da comercialização de pick-ups com motores Diesel como uma opção direto de fábrica recorrendo-se a motores de concepção mais austera para uso em tratores, inevitavelmente o desempenho ficaria mais modesto, mesmo recorrendo-se ao turbo. Ainda assim, para algumas condições de uso normal, o motor Perkins 1103 em alguma versão que além do turbo tenha o governador da bomba injetora eletrônico até poderia atender bem, embora uma integração com outros sistemas eletrônicos embarcados exigisse um grande conhecimento de informática; 

2 - Volvo XC90: considerando tanto a 1ª geração que chegou a ser equipada com motores entre 5 e 6 cilindros em linha entre 2.5L e 3.2L a gasolina, além do V8 de 4.4L também a gasolina desenvolvido pela Yamaha e de um turbodiesel de 2.4L com 5 cilindros, quanto a atual geração que dispõe somente de motores de 2.0L turbo com 4 cilindros tanto a gasolina quanto diesel, é um caso bastante peculiar. Se por um lado a geração anterior nunca teve oferecida regularmente no Brasil a opção turbodiesel, a atual o teve até 2020 quando passou a predominar a motorização híbrida plug-in, alçada a uma posição mais destacada como única configuração atualmente disponível para o modelo no Brasil. Nesse caso, um motor especialmente bruto como o Perkins 1103 apesar do desempenho mais austero se tornaria uma pedra no sapato dos ecoterroristas de plantão;

3 - Land Rover Freelander de 1ª geração: um modelo que desafiou alguns dogmas da Land Rover, teve no exterior a opção por motores turbodiesel de 2.0L com 4 cilindros tanto com origem na antiga Rover quanto da BMW, além do V6 de 2.5L a gasolina que foi o único motor oferecido no Brasil. Pela origem inglesa da Perkins, que chegou a ser um dos mais destacados fornecedores independentes de motores Diesel para aplicações veiculares a nível mundial, ficaria uma escolha bastante peculiar para a adaptação;

4 - Renault Koleos: apesar da concepção mais pesadona do motor Perkins 1103, além do desempenho invariavelmente mais despretensioso, restaria a curiosidade para ver como o câmbio X-Tronic CVT iria atender a um motor com faixa útil de rotação muito mais estreita que os originais de fábrica, no caso da 1ª geração o QR25 de 2.5L a gasolina e o turbodiesel M9R de 2.0L também com 4 cilindros.

5 - Jeep Commander: um contraste entre a extrema rusticidade do motor Perkins 1103 e a sofisticação do motor T270 de 1.3L flex com turbo e injeção direta oferecido nas versões de tração simples já seria interessante de se observar, mesmo considerando o motor Multijet II turbodiesel de 2.0L que equipa as versões 4X4 do modelo como sendo também inerentemente superior ao Perkins. Além do mais por se tratar de um modelo bastante recente, seria pouco provável que alguém se dispusesse a "sacrificar" um motor de concepção mais moderna. Mas que seria tentador fazer algumas experiências, isso seria...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
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