segunda-feira, 20 de abril de 2020

Rápida observação: teria sido contraproducente alçar o Diesel a uma posição mais prestigiosa?

O público das pick-ups costuma ser muito mais heterogêneo do que fazem parecer os estereótipos em torno do "cowboy de posto", a ponto de em outros tempos haver uma diferenciação muito mais nítida entre quem não abriria mão de um motor Diesel pela maior aptidão ao uso severo e quem podia se dar ao luxo de escolher a suavidade e o desempenho tido como mais vigoroso mais associados à ignição por faísca. Ao menos desde o fim da década de '90 tem ocorrido uma mudança substancial levando a uma consolidação dos motores turbodiesel não só como um pau-pra-toda-obra mas recentemente são vistos como mais prestigiosos aos olhos do público generalista. O caso da atual geração da Chevrolet S10 é emblemático, tendo em vista que no Brasil o modelo recorre exclusivamente a motores com 4 cilindros embora equivalentes comercializados em alguns outros mercados contem também com um V6 a gasolina entre as opções. Considerando desde preocupações com a incidência maior de roubos e furtos até uma rejeição aos motores turbodiesel sob os mais variados pretextos pela parte do público que tem como se acomodar em torno do etanol ou do gás natural, abre-se uma nova perspectiva para observar eventuais inconveniências para usuários profissionais à medida que essa opção passou a ser "empurrada" como prestigiosa.
Naturalmente o alto preço dos combustíveis no Brasil que atinge também o óleo diesel, porém numa proporção menor comparado à gasolina e ao etanol, favoreceu uma maior aceitação por consumidores com um perfil mais generalista que se viram de alguma maneira motivados a optar pelas pick-ups sob os mais variados pretextos, incluindo também eventuais expectativas de economia inerentes à maior eficiência termodinâmica de um bom turbodiesel associadas ao desempenho cada vez mais vigoroso a ponto de agradar também aos pés-de-chumbo de plantão. Mas é importante observar como a obsessão em torno por potência e regimes de rotação estratosféricos diante de um motor "de trator" como eram considerados anteriormente pelo grande público pode não ser a melhor abordagem. Embora hoje seja impossível se ver livre dos filtros de material particulado (DPF) e de algum método para controle das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) como o EGR ou o SCR, a princípio uma maior rusticidade que permitisse aproveitar projetos destinados a outras aplicações que não abdicam do aspecto essencialmente utilitário manteria os custos dentro de um patamar mais fácil de assimilar para quem não pode dispensar a economia de combustível e se vê impossibilitado de fazer a transição para o etanol ou o gás natural basicamente em função das implicações logísticas.

Um comentário:

  1. Depois de andar na Trailblazer V6 da mãe duma amiga, me surgiu essa dúvida sobre a S10 não ter motor V6 nem como opcional. E nessa parte de motor a diesel ser o top de linha, tem que lembrar da Amarok que é sempre a diesel e até tem o V6 TDI.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html