quinta-feira, 7 de maio de 2020

5 típicas "banheiras" de concepção americana que poderiam ficar ainda melhores com algum motor Diesel

Uma pauta que pode parecer "heresia" para aqueles fãs mais incondicionais de um V8 americano com uma sede insaciável por gasolina, e que também pode parecer menos relevante para europeus tendo em vista não só o apreço pela concepção abrutalhada e essencialmente americana como um aspecto mais "exótico" por natureza, mas a caça às bruxas que vem sendo perpetrada em nome de uma falsa "sustentabilidade" com um rigor ainda mais excessivo sobre o Diesel especificamente. De fato, há um enorme contraste entre a opulência das "banheiras" americanas do pós-guerra e a abordagem mais pragmática adotada pela indústria automobilística instalada numa Europa em reconstrução, e assim uma eventual aproximação entre ambas as realidades regionais distintas que o Diesel seria capaz de proporcionar acabaria no fim das contas desagradando entusiastas de veículos dos dois lados do Atlântico Norte. Ainda assim, cabe destacar ao menos 5 carrões tipicamente americanos que ficariam ainda mais agradáveis com o equilíbrio entre força e economia que o Diesel oferece...

1 - Ford Galaxie: tendo em vista que a única geração do modelo a ser fabricada no Brasil usou num primeiro momento o motor Y-Block compartilhado com a linha de caminhões, enquanto equivalentes americanos já contavam com o Windsor, a princípio poderia não soar tão absurdo estender também a disponibilidade de um motor Perkins Diesel de 6 cilindros em linha. Considerando ainda a montagem da alavanca de câmbio na coluna de direção tanto nas versões manuais quanto automáticas do modelo nacional, sempre com 3 marchas, a adaptação do câmbio de 4 marchas da F-1000 que foi até bastante apreciada poderia soar como outro bom pretexto para recorrer ao conjunto mecânico "de caminhão";

2 - Lincoln Town Car: certamente a opção por ao menos um motor Diesel, ou posteriormente um turbodiesel, teria favorecido uma maior participação em mercados internacionais à medida que os concorrentes europeus avançavam nesse aspecto. Considerando também a confiabilidade de motores Diesel em situações extremas e o uso do modelo para transporte de VIPs tanto em versões normais quanto convertido para limousine, poderia ser particularmente desejável recorrer a esse tipo de motor em função de eventuais motivos de segurança que vão desde o menor risco de incêndios e explosões até o torque em baixa rotação favorecendo um maior vigor na aceleração mesmo com alguma dose de sobrepeso acrescentada pela conversão em limousine e/ou por uma blindagem;

3 - Chevrolet El Camino: embora convenha lembrar que a homologação como veículo comercial faz com que muitas vezes uma pick-up seja o jeito mais barato para quem faz questão de um motor V8, e modelos do porte da El Camino tivessem um enfoque menos voltado a serviços pesados, a opção pelo Diesel estava longe de ser indesejável. O fracasso comercial do motor Oldsmobile Diesel de 5.7L que chegou a ser oferecido na 5ª geração da El Camino deveu-se mais a erros estratégicos da GM que a uma falta de interesse por parte do público, e certamente foi um empecilho para tentar manter uma presença mais forte em mercados de exportação;

4 - Chevrolet '51: remontando a uma época em que a General Motors ainda era a principal fabricante de automóveis a nível mundial, e que o Diesel ainda estava começando a despontar como uma opção para quem priorizava economia operacional, certamente teria sido útil oferecer esse tipo de motor em mercados de exportação mais sensíveis ao custo e qualidade dos combustíveis, levando em conta ainda o fato de não ter sido incomum que um motor Diesel de cilindrada menor que o análogo a gasolina ainda se mantivesse competitivo em mercados onde a incidência de impostos já estava atrelada também à cilindrada. E como a GM era proprietária da Detroit Diesel, não deixa de chamar a atenção não ter aproveitado o know-how dos motores Diesel 2-tempos que então ainda se destacavam na relação peso/potência. Não é de se duvidar que pudesse ter encontrado alguma aceitação também nos Estados Unidos ao menos no segmento de táxis, como uma alternativa mais econômica ao Stovebolt Six que era então o único motor oferecido na linha Chevrolet;

5 - Dodge Custom de '46 a '49: pode parecer loucura sugerir que algum motor seria melhor que o flathead-six original, tendo em vista a incrível suavidade que leva as vibrações a serem praticamente nulas, mas é interessante destacar que a configuração de válvulas laterais também é associada a uma menor aptidão para operar em faixas de rotação mais altas. Portanto, a eficiência energética maior inerente a motores Diesel faz com que seja o caso de se analisar com mais calma antes de afirmar se um motor é efetivamente melhor que o outro...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html