sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Por quê o Chevrolet Tracker argentino de 2001 a 2009 pode ser uma boa base para adaptar o motor Perkins 404?

Basicamente um Suzuki Grand Vitara de 1ª geração rebatizado como Chevrolet, o Tracker argentino do modelo de 2001 a 2009 chegou a ser vendido numa primeira fase no Brasil de 2001 a 2004 usando motores turbodiesel inicialmente fornecidos pela Mazda e em seguida pela Peugeot, e durante o breve retorno entre 2007 e 2009 vinha movido a gasolina com o motor Suzuki J20A enquadrando-se numa faixa de preço mais competitiva diante da intensificação que o segmento de SUVs compactos já tinha experimentado. Mas no tocante aos motores turbodiesel, não convinha negar que tanto o Mazda RF já estava defasado diante das normas de emissões Euro-3 em vigor à época da volta do modelo ao Brasil quanto o motor Peugeot DW10 mesmo sendo viável atualizá-lo para cumprir normas atuais tinha um impacto alto no custo de aquisição. Agora que a idade vai avançando e mostrando seus sinais, e uma manutenção mais complexa como uma retífica pode se tornar desejável para os motores originais, não é de se descartar a possibilidade de substituir por outro, eventualmente podendo ser um turbodiesel como versões de 4 cilindros dos motores Perkins série 400.
O fato do bloco de alumínio do motor J20A a gasolina já dificulta a retificação em alguns casos, logo um motor com bloco e cabeçote de ferro como os Perkins 404 já é mais vantajoso nesse aspecto. Até não seria tão sofrível com uma versão naturalmente aspirada como o 404D-22 embora seja preferível o 404D-22T com turbo, ou o 404D-22TA que agrega também o intercooler e portanto fica mais perto do Mazda RF que só equipou o Tracker com turbo e intercooler. Em comparação ao motor Peugeot DW10 fica mais justa a comparação com o motor Perkins 404J-E22TA, lembrando também que o controle eletrônico do Perkins é mais simples mas sem sacrificar a eficiência. Outro aspecto em que um motor Perkins pode se destacar é a sincronização do comando de válvulas e da bomba injetora por engrenagens, enquanto o RF e o DW10 recorrem à correia dentada que se arrebentar pode dar um prejuízo maior... E lembrando que a Mazda teve cooperação técnica com a Perkins para a produção de motores Diesel, não soaria tão absurdo substituir diretamente um motor Mazda por um Perkins numa faixa próxima de cilindrada (2.0L para o RF e 2.2L para o 404D) e com os picos de torque também muito parecidos, tendo em vista um volume da instalação bastante próximo ao original. E mesmo que a potência seja sensivelmente menor, e com pico em regimes mais baixos, o torque do 404J-E22TA não deixa a desejar diante do DW10.

2 comentários:

  1. Eu tive dois Tracker a gasolina e duas Sportage a diesel, com o Mazda 2.0 TD. Eu acho esses motores (mesmo o J20A) subdimensionados para o tamanho e porte dos veículos.
    Já vi algumas adaptações, com o 1.9 da VW, Toyota 2.8, MWM e até com motor Mitsubishi.
    O problema é que eu leio essas matérias e dá vontade de começar a experimentar...

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    1. Um tio meu teve um Vitara da geração imediatamente anterior a essa do Grand Vitara, e adaptou o motor 1.6 Diesel da Volkswagen, aquele mesmo da Kombi Diesel e da Saveiro. Aquele lá não dá para negar que era subdimensionado, não passava de 135km/h por nada nesse mundo, mas olha que não era de todo ruim.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
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