terça-feira, 3 de novembro de 2020

5 carros que seriam interessantes para adaptar um motor Yanmar 4TNV88

Um motor bastante versátil cobrindo a faixa de 2.2L de cilindrada, o Yanmar TNV88 nunca chegou a ser aplicado comercialmente no mercado automobilístico, mas tem uma configuração que permitiria eventualmente até uma boa aceitação por parte do público generalista. Entre versões naturalmente aspiradas ou turbo, bem como contando com injeção 100% mecânica ou gerenciamento eletrônico, podem ser destacados ao menos 5 modelos nos quais esse motor poderia cair como uma luva.

1 - Chevrolet Astra de 2ª geração: um dos modelos mais icônicos dentre a geração de carros médios que surgia no final da década de '90, teve no Brasil somente os motores GM Família II em versões de 1.8L a gasolina ou etanol e 2.0L a gasolina ou posteriormente flex. Contou no exterior com opção por uma linha de motores mais diversificada, que incluía variações dos Isuzu 4EE1 (por pouco tempo) e 4EE2 de 1.7L e também dos Opel 20DT de 2.0L e 22DT de 2.2L aparentemente derivados dos Isuzu 4FC1 e 4FD1 nas mesmas faixas de cilindrada. Ainda que seja mais recomendável recorrer ao turbo, até considerando versões de aspiração natural o motor Yanmar 4TNV88 daria conta de movimentar um Astra de forma satisfatória;

2 - Chevrolet Spin: heroína da resistência entre as minivans nacionais, chegou a ter opção do motor Fiat 1.3 Multijet II em versões destinadas à exportação principalmente para a Argentina, além desse mesmo motor também ter sido oferecido em modelos fabricados na Indonésia e na Tailândia antes da remodelação de 2018 que nem sequer chegou naqueles mercados devido ao encerramento precoce da produção da Spin por lá devido ao fogo "amigo" por parte de produtos da SAIC/Wuling chinesa. Até pode parecer overkill sugerir que um motor de 2.2L possa servir na Spin, além do mais que por ter sido lançada em 2012 já estaria enquadrada na exigência de um sistema de gerenciamento eletrônico compatível com a plataforma de diagnóstico de falhas OBD-II, mas o fato de serem disponibilizadas versões dos motores Yanmar TNV com injeção eletrônica do tipo common-rail para diversas aplicações já leva a crer que seria meio caminho andado, inclusive para integrar os sistemas eletrônicos do motor e do veículo receptor de modo a assegurar o correto funcionamento de dispositivos de segurança e acessórios originais;

3 - Toyota Rav4 de 5ª geração: o soft-roader da Toyota perdeu totalmente na geração atual a opção por motores turbodiesel, que oferecia no exterior desde a 2ª geração, e no Brasil até passou a vir só em configuração híbrida. A bem da verdade, poderia ser até interessante ver como um motor Yanmar 4TNV88 ou até mesmo outros da série TNV poderiam se sair nessa aplicação híbrida;

4 - Volvo 960: o último sedan full-size de tração traseira da Volvo chegou a contar em alguns países com a opção por um motor de 6 cilindros em linha de 2.4L fornecido pela Volkswagen numa versão turbo com intercooler, e a diferença pequena na cilindrada aliada ao fato dos motores TNV terem a injeção direta em contraponto à indireta utilizada no motor Volkswagen podem ser interessantes para analisar a eficiência geral. A configuração do 4TNV88 com menos cilindros, e portanto podendo-se esperar menos atritos internos, também parece oferecer boas perspectivas. Naturalmente, alguém que cogite fazer experiências com o uso direto de óleos vegetais como combustível alternativo pode querer rechaçar a substituição do motor, tendo em conta que a injeção indireta o favoreceria nessa condição, mas para quem não se importe tanto com combustíveis alternativos ou prefira o biodiesel um motor Yanmar pode ser uma boa opção para modernizar o conjunto motriz;

5 - Volkswagen Logus: praticamente esquecido pelo grande público, por ser um daqueles modelos que marcaram a loucura que foi a joint-venture AutoLatina na qual a Ford entre '86 e '96 valeu-se da Volkswagen como uma tábua de salvação no Brasil (e também na Argentina em menor proporção), o Logus até poderia ser sugestivo para fazer a experiência de uma conversão "misto quente" no caso de usar o motor Volkswagen EA827 "AP" de 1.8L ou 2.0L podendo-se recorrer ao cabeçote e sistema de injeção do 1.6 Diesel derivado dessa mesma linha de motores. No entanto, o fato de ainda ser visto com algum desdém por fanáticos da Volkswagen como um "filho bastardo" e a própria origem Ford já ser considerada de certa forma uma "heresia", acrescentar um motor Diesel japonês nesse balaio de gato não pareceria tão fora de questão...

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html