sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Uma perspectiva sobre o Suzuki Vitara de 1ª geração e como um SUV de concepção tradicional ainda pode fazer sentido

Um daqueles modelos mais destacados em meio à reabertura do mercado brasileiro às importações na primeira metade da década de '90, o Suzuki Vitara (incluindo algumas versões denominadas Sidekick e destinadas ao mercado americano trazidas ao Brasil por importação independente) pode ser considerado um precursor da atual obsessão por SUVs tanto a nível nacional quanto mundial. Apresentado já no fim da década de '80 em outras regiões, enfrentou medidas protecionistas contra os veículos de fabricação japonesa tanto nos Estados Unidos quanto na União Européia, tendo contado também com produção no Canadá para contornar a Chicken Tax americana (com o mercado canadense recebendo o Vitara feito no Japão mesmo) através do NAFTA e na Espanha para contornar as cotas de importação na Europa. Com um porte compacto para os padrões entre os SUVs de um modo geral à época do lançamento, além de ser mais curto e estreito que muitos hatches "populares" de hoje, certamente pode-se atribuir ao Suzuki Vitara de 1ª geração até mesmo uma influência sobre a atual moda de SUVs apesar de apresentar uma concepção técnica mais condizente com a classificação americana de "caminhão leve".
Embora as versões 4X4 tenham contado com um maior destaque no Brasil, o Vitara até chegou a dispor de configurações mais modestas com tração somente traseira praticamente impossíveis de encontrar um remanescente, e de certa forma eram um precedente ainda mais próximo para o enfoque mais urbanóide que vem sendo dado a gerações mais recentes de SUVs. Se por um lado as proporções até hoje bastante compactas podem induzir desavisados ao erro de crer que seja um "carrinho da Barbie" mais adequado a marcar presença em estacionamentos de shoppings, por outro a concepção tradicional com um chassi separado da carroceria e o motor dianteiro longitudinal com o eixo traseiro rígido sempre tracionado já é mais frequentemente associada a caminhões e calhambeques aos olhos de quem se acostumou à idéia dos "crossovers" derivados de automóveis com estrutura monobloco e o predomínio da tração dianteira. Portanto, fica mais difícil negar que ainda se tratasse de um utilitário de respeito, cujo projeto inicial foi suavizado em alguns aspectos como a suspensão dianteira independente sem abdicar de uma prioridade dada à capacidade de incursão off-road mesmo que essa característica viesse a ser pouco explorada por uma parte do público.
Enquanto hoje a categoria de SUVs acaba sendo vista como sinônimo de tamanho e peso excessivos em detrimento de uma melhor capacidade de carga e passageiros hoje ainda mais facilmente encontrada em outros tipos de carroceria que acabam sendo negligenciadas pelos principais fabricantes tanto no Brasil a troco de nada quanto nos Estados Unidos por causa da classificação de emissões mais favorável a um "caminhão leve" que a um carro mais "normal" na mesma faixa de tamanho, na prática o Suzuki Vitara de 1ª geração mantinha uma certa coerência a uma proposta utilitária também considerando as infelizes restrições ainda hoje em vigor ao uso de motores Diesel no mercado brasileiro. Pequeno o bastante para atender bem a um público essencialmente urbano e encantado mais pela imagem de robustez, já desafia as incoerências da classificação arbitrária de "utilitários" que viabiliza no âmbito burocrático eventuais adaptações de motor Diesel. Enfim, por mais que a indústria automobilística e os cenários regulatórios em alguns dos principais mercados mundiais venham tomando rumos incoerentes, o Suzuki Vitara de 1ª geração demonstra como um SUV de concepção tradicional ainda pode fazer sentido.

Um comentário:

  1. Nós temos algum condicionamento para ver um jipe e considerar grande, e mesmo assim pode ser mais conveniente para usar na cidade que um carro dito compacto? Isso sim é muito surpreendente.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html