quarta-feira, 26 de junho de 2024

Volkswagen Taos: projeto originalmente destinado à China influenciou na ausência de uma opção turbodiesel em outras regiões?

Lançado originalmente em 2018 na China, onde é denominado Volkswagen Tharu e conta com motores 1.2 e 1.4 TSI a gasolina com opção por câmbio manual de 6 marchas ou o DSG automatizado de dupla embreagem e 7 marchas nas versões de tração dianteira e 2.0 TSI também a gasolina sempre com o câmbio DSG e a tração integral 4Motion, o Volkswagen Taos também é produzido desde 2020 na Argentina onde usa o motor 1.4 TSI proveniente do Brasil tanto em versão só a gasolina quanto flex especificamente para o Brasil e sempre com câmbio automático de 6 marchas e tração dianteira, além do México onde devido a acordos de livre comércio as versões com motor 1.5 TSI somente a gasolina e câmbio automático de 8 marchas com tração dianteira ou DSG e tração 4Motion são exportadas principalmente para os Estados Unidos e Canadá no âmbito do NAFTA enquanto o mercado local é suprido pelo modelo argentino com a mesma configuração oferecida no Mercosul. Também chegou a ter uma breve produção na Rússia só entre 2021 e 2022 cessada em meio às sanções econômicas ocidentais após a deflagração da guerra com a Ucrânia, e além do motor 1.4 TSI com o câmbio automático de 8 marchas associado à tração dianteira e o DSG com tração integral contou também com o motor 1.6 MSI de aspiração natural e a opção pelo câmbio manual de 5 marchas ou automático de 6. Tendo em vista um viés mais "emergente" em função de ter sido desenvolvido especialmente para o mercado chinês onde é produzido pela joint-venture entre a Volkswagen e a SAIC, poderia surpreender ter sido lançado até nos Estados Unidos onde passou a ser uma espécie de sucessor indireto para o Golf como modelo de entrada da marca, favorecido por aquelas regulamentações especificamente americanas que beneficiam os "caminhões leves" no tocante a normas de emissões e metas de redução de consumo de combustível em comparação a automóveis generalistas com configurações de carroceria mais tradicionais e sujeitos a um escrutínio mais rígido.
Naturalmente poderia ser considerada também uma eventual possibilidade de oferecer o motor 1.6 MSI na América Latina e, além da aptidão para uso do etanol na configuração flex principalmente no Brasil e em menor proporção no Paraguai, uma maior facilidade para conversão ao gás natural que até serviria bem especialmente na Argentina por ainda usar injeção sequencial no coletor de admissão em contraste com a maior complexidade da injeção direta do motor TSI, além de motores de ignição por faísca ainda dotados de injeção indireta e aspiração natural virem sendo considerados mais "à prova de burro" com relação à facilidade de manutenção. Naturalmente a sofisticação que passou a ser inevitável quanto aos motores turbodiesel, tanto pela maior precisão dos sistemas de injeção eletrônica tipo common-rail de alta pressão que tornaram-se padrão como pela massificação do turbo que já vem de mais tempo, talvez parecesse ainda mais difícil de justificar para quem vê a aparente simplicidade da ignição por faísca e o gás natural como um paliativo para a ausência de opções Diesel, bem como a presença de sistemas de controle de emissões mais complexos como especificamente o SCR que requer o uso do fluido-padrão AdBlue/ARLA-32/ARNOx-32 para controlar as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) que tendem a ser mais problemáticas para o ciclo Diesel comparado ao ciclo Otto em uso nos motores de ignição por faísca modernos, embora motores a gasolina ou flex de injeção direta também comecem a usar filtros de material particulado para atender às normas de emissões mais rigorosas. Mas de qualquer forma, tendo em vista condições específicas em diferentes regiões que possam justificar motores turbo a gasolina ou flex basicamente pela percepção de maior prestígio diante de um similar aspirado, e ainda a viabilidade técnica da tração 4X4 que seria necessária para homologar uma versão turbodiesel no Brasil no âmbito das regulamentações que permitem o uso de motores Diesel somente para "utilitários", eventualmente o foco inicial na China tenha motivado a ausência de qualquer motor turbodiesel para o Volkswagen Taos até mesmo em outras regiões que pudessem ser mais favoráveis a tal opção.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html