quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Caso para reflexão: Ford F-1000 '91 com duplagem de cabine e bagageiro fechado

Esse é mais um daqueles casos que provam a incoerência em restringir o uso do Diesel com base nas capacidades de carga ou passageiros e tração. Essas adaptações de cabine dupla nas pick-ups podiam ser um bom artifício para tentar suprir a falta que faziam sedans full-size na época que a importação de veículos era muito restrita entre '76 e '90, mas posteriormente começavam a perder espaço para a concorrência de pick-ups médias importadas que já traziam a cabine dupla de fábrica e em alguns modelos também o turbo, além dos sport-utilities que pareciam ainda mais distantes da imagem de uma mera ferramenta de trabalho para se converter no sonho de consumo da classe média-alta. Claro que as "duplagens" artesanais ainda se mantiveram relevantes por algum tempo, junto a um público mais conservador. No caso dessa F-1000 ano '91 que eu vi ontem na região central de Porto Alegre, não é de se duvidar que a confiabilidade e robustez do motor MWM D-229-4 ou TD-229-4 tenham pesado na escolha por uma pick-up transformada.

Mas ao invés de manter uma carroceria aberta atrás, essa recebeu uma tampa traseira semelhante à de um sedan, o que fomenta a discussão em torno do quão mais efetivo poderia ser para consumidores com um perfil mais urbano uma liberação do Diesel em automóveis. Apesar de que a concepção mais pesada possa soar desejável para enfrentar condições de rodagem severas tanto no interior quanto nas ruas e estradas sucateadas nas principais regiões metropolitanas do país, não se pode ignorar que se o uso de motores Diesel fosse autorizado num sedan de verdade até seria possível beneficiar-se não só de um peso menor mas também de uma aerodinâmica mais favorável que a de um utilitário dotado de uma grande área frontal, e da consequente redução no consumo de combustível que se alcançaria com essas condições. Enfim, por mais que as cabines duplas artesanais ainda sejam até bastante apreciadas no Rio Grande do Sul e áreas de influência gaúcha, não deixam de ser uma boa pauta para refletir em torno das vantagens que o fim das restrições ao Diesel poderiam agregar...

6 comentários:

  1. Faz tempo que eu não vejo uma F-1000 de cabine dupla em São Paulo. O mais perto que eu ainda vejo uma vez ou outra é a cabine estendida daquele modelo mais moderno.

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  2. Já cheguei a ver um Landau com motor Perkins. Realmente, para quem quisesse um carro de luxo com motor a diesel ao invés de uma pick-up transformada, teria feito mais sentido.

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  3. Siempre me han asombrado esas camionetas carrozadas como sedán en Brasil, mientras en Argentina se las carrozaban como rancheras/wagons.

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  4. Até já vi algumas nesse estilo quando eu era pequena, mas a essa altura do campeonato achava que já tinham desmanchado todas. Faz tempo que não vejo uma parecida.

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    1. Eu tenho visto mais daquelas com carroceria aberta mesmo, e com só duas portas.

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    2. Com duas portas eu até vejo bem de vez em quando também.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html