domingo, 15 de setembro de 2019

5 veículos improváveis de serem repotenciados com motor Cummins ISF2.8 mas que ficariam interessantes...

Considerando a proposta da Cummins para os mercados americano e canadense, oferecendo naqueles países para uso em repotenciamentos o motor R2.8 baseado no mesmo ISF2.8 já conhecido no Brasil, não deixa de ser interessante destacar alguns veículos que poderiam ter um bom resultado recorrendo à adaptação de um desses motores. Naturalmente, há de se recordar que algumas questões referentes à certificação de emissões levaram a Cummins a recomendar a instalação do motor R2.8 nos Estados Unidos e no Canadá apenas em veículos fabricados até '95, enquanto no Brasil já não são novidade as restrições baseadas nas capacidades de carga e passageiros ou tração independentemente do ano de fabricação eventualmente inviabilizando a regularização de um repotenciamento. Mas deixando de lado as burocracias, convém destacar ao menos 5 modelos improváveis de atrair interessados nessa modificação mas que ficariam no mínimo interessantes...

BMW Série 7 da geração E38: a 3ª geração da Série 7, que casualmente foi a primeira a contar com a opção de motor turbodiesel de fábrica, é um daqueles modelos que foram um sonho de consumo na década de '90 mas hoje sofrem com a desvalorização e dificuldade de manutenção. Produzida entre os anos de '94 e 2001, foi oferecida de acordo com cada mercado em opções de 6 cilindros em linha ou V8 a gasolina ou Diesel, e V12 só a gasolina. Cabe destacar que no caso das versões Diesel, durante o ciclo dessa geração esteve em curso a transição da hegemonia da injeção indireta em veículos leves para a consolidação do sistema common-rail, e atualmente em alguns países onde o modelo contou com opções turbodiesel como é o caso de Portugal não é incomum substituir motores originais pelos de um equivalente mais moderno ao invés de partir para uma retífica. Logo, a adaptação de um R2.8 ou ISF2.8 em substituição ao M51 de 6 cilindros e 2.5L com injeção indireta usado até '98 não soaria tão herética, e não seria de se duvidar que pudesse despertar o interesse também para adaptações em exemplares equipados com o M57 de 6 cilindros e 3.0L ou com o M67 V8 de 3.9L já equipados com injeção common-rail. E caso fosse finalmente liberado o uso de motores Diesel em veículos leves no Brasil sem as restrições por capacidades de carga e passageiros ou tração hoje em vigor, também seria uma idéia muito tentadora...

Alfa Romeo 156: outro modelo que também foi oferecido em versões a gasolina ou turbodiesel, com a injeção common-rail já tendo se tornado padrão para os motores JTD de 1.9L e 4 cilindros ou 2.4L e 5 cilindros, ambos derivados da série de motores modulares Pratola Serra que também deu origem ao Twin Spark de 2.0L a gasolina oferecido inicialmente no Brasil antes do motor Busso V6 de 2.5L passar a ser o único disponibilizado no mercado nacional. Naturalmente, no caso de uma liberação do Diesel no Brasil poderia soar mais racional a adaptação do motor Multijet de 2.0L que já é oferecido nos Jeep Renegade e Compass e na Fiat Toro, por ser também derivado da série Pratola Serra, mas o tamanho relativamente compacto do ISF2.8 ainda seria convidativo...

Minivans da Chrysler/Dodge: outra série de veículos afetada pela transição entre a injeção indireta e a common-rail na Europa e outros mercados onde o Diesel era mais relevante, recorriam a motores VM Motori de 2.5L a 2.8L sempre com 4 cilindros. Vale destacar que o uso de motores Cummins nas pick-ups Dodge Ram e posteriormente Ram Trucks talvez fizesse as soccer-moms assimilarem bem até se o R2.8 passasse a contar com uma especificação de emissões que o credenciasse a ser oferecido de fábrica nas Dodge Grand Caravan da atual geração...

Nissan 350Z: já sei que vai ter quem queira me fuzilar em praça pública por sugerir que algum dia a simples possibilidade de adaptar motor Diesel nesse modelo seja aventada, mas faz já bastante tempo que essa idéia me persegue... Houve uma época que eu considerava o motor Cummins B3.9 o melhor para usar na eventual "dieselização" de um Nissan 350Z, tomando como referência o uso desse motor em alguns caminhões leves, que sendo desfavorecidos no tocante ao peso e aerodinâmica me levavam a crer que seria capaz de proporcionar bons resultados num carro esportivo. Guardadas as devidas proporções, mas lembrando que a proposta inicial do ISF2.8 era de atender ao mercado de caminhões leves na China e apresentando em comparação ao B3.9 um tamanho mais compacto e peso reduzido, a idéia ainda soa tentadora...

Jaguar S-Type: outro daqueles modelos que podem parecer irretocáveis aos olhos daqueles fãs mais fervorosos, digno de nota por ter conciliado alguma modernidade a um estilo aristocrático claramente britânico, contou com motores V6 de 2.5L e 3.0L ou V8 de 4.0L posteriormente ampliado para 4.2L dentre as opções a gasolina, complementados no mercado europeu pelo twin-turbo Diesel V6 de 2.7L co-projetado pela Ford em parceria com a PSA Peugeot-Citroën. Pode parecer loucura considerar o ISF2.8 como uma opção para repotenciar um Jaguar S-Type, além do mais que a opção Diesel que foi originalmente oferecida de fábrica apresenta uma maior sofisticação que seria condizente à proposta do modelo, mas ainda seria no mínimo interessante...

2 comentários:

  1. Esses carros poderiam receber esse motor MWM se eventualmente morasse no Paraguai e fazer gambiarras que saem mais barato que um motor original novo, porém a retífica deve ser mais em conta que um MWM novo, mas é um bom exercício mental.

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    1. Apesar de que no caso dos paraguaios provavelmente fosse mais fácil quererem adaptar algum motor Toyota ao invés do MWM Sprint 4.07 TCA (ou TCE no caso da versão com gerenciamento eletrônico). Mas no caso do Cummins ISF2.8 provavelmente também fosse interessante por lá em função de ser muito usado em utilitários chineses vendidos regularmente por lá como a pick-up Foton Tunland e a van Higer H5C (uma cópia da Toyota HiAce de 5ª geração, que diga-se de passagem eu cheguei a ver uma no começo do ano).

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
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