sábado, 14 de setembro de 2019

Chevrolet Caravan e Bonanza: breve reflexão histórica em torno da ascensão dos SUVs

Uma questão um tanto polêmica, o fogo amigo que as station-wagons sofreram principalmente com a ascensão dos SUVs junto ao público urbano ainda fomenta discussões acaloradas que remontam aos tempos das Chevrolet Caravan e Bonanza. Não apenas no tocante às diferenças na dirigibilidade que o tipo de carroceria podem proporcionar, mas também com relação a motorizações, exerceram algum grau de influência sobre consumidores com perfis variados. Naturalmente, uma maior diferenciação entre as faixas de tamanho de um automóvel médio-grande e de um SUV de concepção tradicional no início da década de '90 faziam com que nem sempre uma mesma solução pudesse atender a ambos os segmentos, de modo que o motor "153" de 2.5L e 4 cilindros oferecido a gasolina ou etanol pudesse conciliar um desempenho ainda satisfatório a um consumo menor que o do motor "250" de 4.1L e 6 cilindros em linha compartilhado com a Bonanza nas mesmas opções de combustível, e mesmo que a oferta de um motor Diesel não pudesse ser estendida à Caravan por entraves burocráticos seria difícil redimensionarr a estrutura para suportar o Perkins 4-236 de 3.9L e 4 cilindros que foi oferecido por um breve período na Bonanza com homologação por base na capacidade de carga ultrapassando o mínimo de 1000kg requerido para ser enquadrada como "utilitário" mesmo com tração simples e menos de 10 assentos já contando o do condutor.

Convém recordar que, de '76 até '90 quando vigoravam no mercado brasileiro severas restrições à importação de automóveis, uma pick-up transformada ou um SUV já encontravam boas condições para atrair uma parcela do público urbano que associava pura e simplesmente o tamanho do veículo a uma pretensão de sofisticação. Não se pode negar que havia uma maior facilidade para instalar alguns acessórios numa caminhonete, indo desde uma geladeira e uma televisão a um sofá-cama, até mesmo devido à estrutura que apesar do peso agregado por tais comodidades permanecia superdimensionada para o uso análogo ao de um automóvel comum. E mesmo que a tração 4X4 ainda estivesse longe de se tornar o método mais usado para que um SUV seja classificado como "utilitário", e portanto apto a usar motor Diesel no Brasil, a imagem de maior robustez associada a uma caminhonete grande exerce um certo apelo junto a consumidores esperando desde uma maior resiliência às condições de rodagem severas até uma equivocada sensação de segurança atribuída à posição mais alta do habitáculo ou de "impor respeito" em disputas contra motoristas de veículos mais compactos por espaço sobre o leito carroçável. Logo, por mais que o atual cenário do mercado automobilístico não apenas no Brasil esteja cada vez mais saturado de SUVs, não seria de todo equivocado atribuir parte dessa distorção aos entraves burocráticos para se regularizar a opção de motor Diesel em automóveis mais tradicionais.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html