1 - Cummins ISF2.8: pode num primeiro momento parecer pouco convidativo que se adapte um motor relativamente pequeno, um turbodiesel de alta rotação com apenas pouco mais da metade da cilindrada do V8 básico original e menos da metade na comparação com o maior, mas não é o caso de descartá-lo de antemão. Com uma oferta relativamente ampla, não só devido ao uso em caminhões leves de origem chinesa mas até nas últimas versões brasileiras das caminhonetes full-size Ford Série F (F-350 e F-4000 Euro-5) e alguns modelos da atual geração do Volkswagen Delivery, mesmo que recorrendo a diferentes relações de marcha e/ou diferencial acabasse comprometendo o desempenho ou a capacidade de carga e de reboque, ainda atenderia satisfatoriamente à imensa maioria das condições de uso normal. O fato de serem oferecidas tanto versões dotadas de EGR quanto de SCR na especificação Euro-5 também atende às diferentes necessidades ou preferências no tocante ao controle das emissões de óxidos de nitrogênio;
2 - Cummins ISF3.8: diferenciando-se do ISF2.8 não somente pela cilindrada, apresentando ainda uma configuração mais tradicional com comando de válvulas no bloco e sincronização por engrenagens sem a corrente que o motor menor lança mão para sincronizar o comando no cabeçote, o ISF3.8 é usado em aplicações mais pesadas que superam com folga o peso bruto total combinado (PBTC) duma Suburban 1500 a plena carga e fazendo uso da capacidade máxima de reboque. Considerando que o PBTC menor da Suburban em comparação ao peso bruto total (PBT) de alguns caminhões Volkswagen e Agrale com o motor Cummins ISF3.8 como equipamento padrão e sem reboque nem eixo adicional, ainda teria uma maior facilidade para proporcionar um desempenho satisfatório mesmo conciliando as capacidades de carga e reboque originais ainda que dificilmente chegasse a superar os V8 originalmente oferecidos na Suburban no tocante à velocidade máxima. Mas nesse caso, assim como a "dieselização" em pick-ups e outros utilitários de porte comparável teve início com motores claramente mais modestos nesse aspecto quando comparados às opções a gasolina da época, é uma questão de prioridades;
3 - Cummins ISB4.5: outro motor que apesar de parecer "pequeno" ao atentar somente à cilindrada, e também frequentemente usado em aplicações sensivelmente mais pesadas. O fato do antecessor de 3.9L ter se tornado um dos motores mais apreciados para adaptações nos Estados Unidos desde a década de '80, quando sistemas de injeção common-rail soavam como um devaneio de ficção científica, já pesaria a favor do ISB4.5 na atualidade se fosse oferecida uma versão especificamente destinada ao mercado de repotenciamentos, assim como nos Estados Unidos surgiu o motor R2.8 a partir do ISF2.8 já conhecido em alguns dos principais mercados internacionais. Mas ao tratar-se dum motor de concepção ainda mais abrutalhada em comparação aos ISF tanto 2.8 quanto 3.8 que privilegiaram a leveza e um porte bastante compacto para as respectivas faixas de cilindrada, há de se considerar eventuais redimensionamentos de freio e suspensão para minimizar os efeitos do peso maior sobre o eixo dianteiro;
4 - Perkins 1104: para um resultado que seria como uma reinterpretação hi-tech do que se chegou a usar nas antigas Chevrolet Veraneio nacionais que ainda contam com alguns exemplares equipados com motores Perkins 4.236 e Q20B por esse Brasil afora, alguma das versões turbo gerenciadas eletronicamente (preferencialmente uma com o resfriador de ar, vulgo "intercooler" mas que é mencionado pela Perkins como aftercooler) desse motor com 4 cilindros e 4.4L cairia como uma luva. Por ser um motor de concepção rústica e que não é nem oferecido pelo fabricante como uma opção para o segmento automotivo, além de eventuais dificuldades no âmbito burocrático para considerar equivalências entre as diferentes normas de emissões, também podem haver objeções ao uso de versões originalmente destinadas a máquinas agrícolas e equipamentos estacionários/industriais que operem numa faixa mais estreita de rotações. No entanto, as condições operacionais extremamente pesadas às quais esse motor é submetido especialmente nas aplicações agrícolas dão a entender que o motor Perkins 1104 ou até o 1106 de 6 cilindros em linha e 6.6L merecem um voto de confiança;
5 - Steyr Monoblock M16: um motor que chama a atenção por dispensar juntas de cabeçote, devido ao cabeçote formar uma peça única com a parte superior do bloco. Na faixa de cilindrada de 3.2L e com 6 cilindros em linha, o M16 tem versões com sistemas de injeção unitários (uma bomba injetora integrada ao bico injetor em cada cilindro) ou common-rail, sendo muito apreciado tanto em aplicações militares quanto náuticas em função da grande resiliência diante de condições ambientais severas. Em que pesem as diferentes especificações e certificações de emissões, os motores Steyr Monoblock também oferecem uma capacidade para operar com outros combustíveis além do óleo diesel convencional, a exemplo do querosene de aviação que por incrível que pareça é muito usado tanto em embarcações militares leves quanto em viaturas terrestres nas operações das Forças Armadas dos Estados Unidos para simplificar a logística. Certamente seria uma opção tentadora para fazer alguns testes com biodiesel.
É um carrão e eu gosto muito, mas para ter uma realmente fica difícil com um motor muito gastador. Nem mesmo essa sendo flex dá para sustentar tão facilmente.
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