Assim como a moda de SUV foi impulsionada à medida que a categoria passou a ter participação mais expressiva dos modelos tipo crossover, que se aproximavam tecnicamente mais de carros compactos ao invés de preservar características técnicas "de caminhão", o mesmo pode ser dito da Hyundai Staria que até apresenta suspensão independente nas 4 rodas mesmo nas versões de tração somente dianteira, além de oferecer a opção de tração 4X4 para versões de passageiros mais luxuosas em alguns países. Apesar do brasileiro médio se empolgar mais facilmente por um SUV ou por uma pick-up que por um furgão, e portanto um eventual posicionamento de mercado para vans de luxo no Brasil pareça muito mais difícil de justificar para fabricantes generalistas, o simples fato de já haver em países vizinhos uma opção pelo câmbio automático em modelos que em função do peso bruto total abaixo de 3500kg e capacidade para até 9 assentos podem ser conduzidos por detentores de CNH categoria B é algo a ser levado em conta, e mesmo em aplicações utilitárias efetivamente profissionais pode ser mais adequada. Assim como hoje o uso de motor transversal já está bastante desmistificado em utilitários com tração dianteira efetivamente destinados ao trabalho, e até mesmo em alguns modelos 4X4 mais voltados ao off-road recreativo, nada parece caracterizar um impedimento de ordem estritamente técnica para furgões mais sofisticados terem uma presença de mercado que abrangesse também o Brasil, além do mais considerando como pick-ups e SUVs emergeram de uma condição de mera ferramenta de trabalho um tanto desprestigiada aos olhos do público urbano para serem alçados a sonho de consumo da classe média.
Tendo em vista até o fato da única motorização a gasolina oferecida na linha Hyundai Staria ser V6 com injeção sequencial, embora seja mais fácil de adaptar para combustíveis gasosos que motores turbo com injeção direta e até 4 cilindros cada vez mais comuns em outras categorias de veículos menos voltadas a um uso comercial, outro ponto a se destacar é como um motor turbodiesel com "só" 4 cilindros já pode se manter confortavelmente junto a outro que seria tratado como inerentemente mais prestigioso apenas com base na quantidade de cilindros. E mesmo considerando diferentes especificações de controle de emissões em cada região, com o Paraguai sendo bem menos exigente que a Europa ou a própria Coréia do Sul onde o modelo é fabricado, e portanto alguns dispositivos como filtro de material particulado (DPF) e SCR possam ser dispensados, o simples fato do câmbio manual permanecer disponível em algumas versões turbodiesel mais austeras a depender de cada mercado é outro fator que leva a crer que a versatilidade desse tipo de motorização ainda tem um lugar assegurado. Enfim, mesmo que à primeira vista parecesse não ter nada a ver com necessidades e/ou preferências de qualquer segmento do público brasileiro, a Hyundai Staria fomenta algumas reflexões bastante pertinentes.
Se a Hyundai resolvesse trazer desse modelo para o Brasil, podia vender bem para transfer de hotel
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