A definição de carro popular atualmente em vigor no Brasil sofreu distorções por ter sido baseada tão somente na cilindrada, embora essa restrição para somente motores de até 1.0L serem beneficiados com uma tributação menos desfavorável tenha recentemente servido de pretexto para fomentar uma maior aceitação de recursos sofisticados para proporcionar um desempenho mais favorável, embora o custo e a manutenção façam permanecer relevantes alguns motores mais simples para atender a quem ainda prefira um appliance-car. Mas com a maior presença do turbo e da injeção direta até em alguns modelos que preservam uma opção naturalmente aspirada, bem como a maior presença do comando de válvulas duplo e da atual predominância da configuração de 3 cilindros nessa faixa de cilindrada, já ficaria tentador ir além e justificar que eventualmente viesse a se recorrer a um motor turbodiesel. Tomando por referência o motor Maruti Suzuki DDiS 125 de 2 cilindros e 793cc fabricado na Índia, mas que foi classificado por lá como tendo injustificável o custo de um upgrade que seria necessário para atender à transição entre as normas Bharat Stage-IV e Stage-VI equivalentes respectivamente à Euro-4 e Euro-6, pode-se considerar que apesar da potência modesta de 47cv a 3500 RPM e o torque de 12,7kgfm a 2000 RPM ainda seria tentador aplicar a alguns populares nacionais atuais, e a bem da verdade mesmo a versão mais "amarrada" de 32cv e 7,6kgfm nos mesmos regimes de rotação ainda poderia soar interessante para alguns eventuais usuários.
1 - Chevrolet Onix: o campeão de vendas certamente poderia ter uma participação ainda maior nos mercados de exportação regional, além do fato da Suzuki ainda ter cooperação com a General Motors para a comercialização de alguns utilitários como Chevrolet em países andinos eventualmente ser um pretexto bastante plausível para que essa opção fosse levada em consideração;
2 - Fiat Argo: o único motor de 3 cilindros e 1.0L que mantém no Brasil a configuração com só duas válvulas por cilindro e comando simples é o Firefly usado entre outros no Argo. Considerando tanto a proposta de um modelo generalista desenvolvido especificamente para mercados de terceiro mundo quanto o fato da Fiat já ter fornecido tecnologia de motores turbodiesel para diversos fabricantes, o que incluiu até mesmo a Maruti Suzuki, não seria de se estranhar um intercâmbio tecnológico com o motor DDiS podendo fazer o caminho inverso;
3 - Ford Ka: último automóvel generalista seguindo na linha da marca no Brasil, até tem na Índia a opção por um motor turbodiesel de 1.5L que não é oferecido nos mercados de exportação supridos pela operação brasileira da Ford. A presença relativamente expressiva entre veículos de serviço de empresas talvez fizesse uma versão turbodiesel soar tentadora para os gestores de frotas, embora o custo inicial alto dessa opção eventualmente servisse de pretexto para um motor que a princípio seria mais barato de produzir devido à menor quantidade de componentes ficasse ainda mais atraente;
4 - Hyundai HB20: oferece na atual geração os motores de aspiração natural e injeção nos pórticos de válvula com 1.0L e 3 cilindros ou 1.6L e 4 cilindros, além do motor de 1.0L com turbo e injeção direta, e mesmo com o design um tanto controverso continua comum tanto com usuários particulares quanto entre motoristas de aplicativo. A aposta num motor enquadrado no conceito de downsizing já leva a crer que o custo inicial de um turbodiesel também de pequena cilindrada poderia ser facilmente assimilado, e especialmente para uso a trabalho a economia de combustível atenderia melhor a quem eventualmente já parte para o sedan HB20S em função de ainda preservar uma capacidade mais útil do porta-malas mesmo em caso de conversão para gás natural;
5 - Gurgel Supermini: por mais que possa soar herético adaptar um motor asiático nesse modelo que teve forte apelo nacionalista antes que fabricantes chineses e indianos ganhassem projeção em outros mercados emergentes e periféricos, a complexidade que o tamanho compacto e layout
do motor boxer de 2 cilindros e 792cc proporcionam à busca por um substitutivo mais moderno ainda seria um bom pretexto para cogitar o DDiS indiano. Mesmo que alguns exemplares tenham sido repotenciados com motores de modelos generalistas com 4 cilindros produzidos por multinacionais que operam no Brasil, o fato de um motor de 2 cilindros mesmo que em linha alterar menos a distribuição de peso entre os eixos ficaria mais de acordo com a proposta original da linha de veículos populares da Gurgel, que apesar de contarem com o motor dianteiro
e tração traseira se valiam da concentração de peso mais próxima ao eixo traseiro nas diferentes condições de carga para proporcionar uma boa tração mesmo em condições de terreno do interior e periferias que ainda costumam ser mais severas do que as encontradas nos centros urbanos.
Do jeito que aquelas conversões para gás mais meia boca roubam potência, não seria de se duvidar que alguns mão de vaca achassem suficiente a versão mais fraca desse motor mesmo.
ResponderExcluirPara usarem no Uber pode ser bom mesmo. Já peguei Uber de Celta a gás, e não duvido que estivesse mais fraco que a versão mais fraca desse motor indiano.
ResponderExcluirAinda tem quem instale kit GNV monoponto em motor Chevrolet, por isso às vezes ficam muito mais fracos do que o normal.
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