quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Dicas para aproveitar o verão em Santa Catarina

Com um belo litoral, oferecendo diversos cenários paradisíacos, Santa Catarina é um dos principais destinos turísticos do verão brasileiro. O domínio da arte da navegação, herança dos colonizadores açorianos, merece destaque, bem como a gastronomia rica em peixes e frutos-do-mar. Uma localidade onde ambas as atrações podem ser vivenciadas é a Costa da Lagoa, na ilha-capital Florianópolis.

Também atrai estrangeiros, sobretudo argentinos, paraguaios e uruguaios. Durante o verão, observa-se uma grande quantidade de veículos leves com motor Diesel circulando por Santa Catarina, levando a um substancial aumento no consumo desse combustível por lá, além de filas mais longas nos postos de abastecimento.

Não há, no entanto, razão para pânico devido ao esgotamento mais rápido dos estoques de óleo diesel, devido à maior adaptabilidade dos motores ao uso de combustíveis alternativos em comparação com um similar de ignição por faísca. Deve-se, porém, levar em consideração as principais diferenças entre sistemas de injeção na hora de selecionar a melhor alternativa para caso: em motores Diesel de injeção direta, como o Cummins 4BT-A que equipava alguns modelos das caminhonetes full-size Ford série F, há uma maior tolerância a combustíveis voláteis como o etanol, enquanto nos de injeção indireta como o Toyota 5L-E usado em versões antigas do Landcruiser Prado e da Hilux os óleos vegetais mostram-se uma opção mais acertada. Eventuais misturas com etanol não chegam a ser totalmente desencorajadas num motor de injeção indireta, mas ultrapassar a proporção de 30% em volume acarretaria riscos desnecessários e prejuízos ao desempenho. Para aumentar a solubilidade do etanol no óleo diesel convencional, tanto óleos vegetais quanto gasolina podem ser usados, mas no caso desta última deve-se diminuir a proporção de etanol.

Motores de injeção direta, no entanto, não dispensam alguns cuidados: nos mais antigos, de injeção totalmente mecânica, é imprescindível a mistura de algum lubrificante para preservar a integridade da bomba injetora quando estiver operando com uma grande proporção de etanol, recomendando-se o uso de óleo para motores 2-tempos de ignição por faísca. Pode-se até usar óleo para motores 4-tempos de ignição por faísca, mas estes tendem a formar mais material particulado e intensificar a carbonização do motor.
Há de se recordar, também, que o etanol é um solvente, portanto alguma eventual borra presente no tanque ou nas linhas de combustível irá ser dispersada mais facilmente, e ao ser usado num veículo com muitas impurezas acumuladas ao longo dos anos (ou décadas em alguns casos) pode ocorrer um súbito entupimento do filtro de combustível, e em casos extremos alguma impureza chegar à bomba ou mesmo aos bicos injetores, portanto recomenda-se que a mistura de etanol seja feita de forma gradual.

Modelos de concepção mais recente, cujos motores contam com sistemas de gerenciamento eletrônico, sofrem uma diminuição na adaptabilidade a combustíveis alternativos, que pode ser notada com mais intensidade sobretudo nos que estejam enquadrados nas normas Euro-5 atualmente em vigor ou ocasionalmente já na vindoura Euro-6. As maiores diferenças recaem sobre os sistemas de controle das emissões de óxidos de nitrogênio (NOx): enquanto o EGR, que tornou-se padrão nas pick-ups de porte médio como a Ford Ranger, a diminuição da temperatura das câmaras de combustão pode trazer problemas devido à presença da glicerina ao usar óleos vegetais, veículos que usem o SCR como os microônibus Volare ficam menos sujeitos a essa limitação, ainda que deva-se também prestar atenção à disponibilidade do reagente ARLA32. Apesar de alguns boatos, ainda não há um substituto tecnicamente adequado disponível comercialmente, e o uso de dispositivos para burlar o sistema SCR pode render multas se for constatado durante uma abordagem policial. De qualquer maneira, convém evitar óleo diesel com teores de enxofre acima do especificado.

Deixo, por fim, uma sugestão aos proprietários de veículos com motor Diesel: não deixem que o temor de um eventual problema no abastecimento de óleo diesel os impeça de conhecer as belezas de Santa Catarina.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html