sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Refletindo sobre as principais críticas a uma eventual liberação do uso de motores Diesel em veículos leves no mercado brasileiro

Por mais que o Diesel apresente vantagens operacionais bastante significativas, ainda existe alguma oposição a uma eventual liberação do uso em veículos leves. Fomentada principalmente por preconceitos associados a um estágio evolutivo mais primitivo do ciclo Diesel, em que problemas como a alta emissão de material particulado (a infame "fumaça preta") eram mais críticos, também acaba influenciada por alguns sistemas que vem sendo mais associados aos motores de ignição por faísca visando aproximar a relação custo/benefício, como os dispendiosos híbridos, a atual (e ineficiente) geração de motores "flex", bem como o gás natural com toda a complexidade técnica e sacrifícios à rentabilidade decorrentes da redução da capacidade de carga.

Uma alegação recorrente está relacionada à dependência brasileira pelo transporte rodoviário, um destino prioritário do óleo diesel. Uma maior demanda acabaria por influenciar o preço final ao consumidor, que teoricamente passaria a não ter mais tantas vantagens associadas ao Diesel, além do impacto no custo dos processos logísticos de mercadorias atingindo todos os setores da economia. A menor carga tributária, de 23% contra os 44% de impostos cobrados sobre a gasolina, é também apontada como uma potencial controvérsia, visto que foi estabelecida exatamente para tornar o transporte de massa menos oneroso. Tais argumentações subestimam a maior adaptabilidade do Diesel a outros combustíveis alternativos além do biodiesel, desde o popular etanol até óleos vegetais, o que acaba afastando o temor de uma crise de desabastecimento como ocorreu entre o final da década de 80 e o começo da década de 90 com o etanol, levando até à importação de metanol americano para atender à demanda brasileira...

Sob um equivocado viés "ecológico", o maior impacto ambiental associado à produção de híbridos é ocultado por estratégias publicitárias referentes à redução no consumo de combustível em comparação com um modelo de porte semelhante sem tração auxiliar elétrica. Além da intensificação nas extrações minerais, o gasto de energia com o transporte das matérias-primas e os processos industriais requeridos pela produção do sistema auxiliar de tração elétrica dificilmente é recuperado ao longo da vida útil operacional do veículo, além das emissões de poluentes industriais não serem devidamente compensadas. Vale destacar que um Diesel muitas vezes ainda apresenta resultados ainda mais favoráveis que um híbrido concorrente, a um custo inicial mais baixo e com menor complexidade nos procedimentos de manutenção.

No mercado brasileiro, com um viés falsamente patriótico, o uso de etanol em motores de ignição por faísca é apontado como uma opção próxima da perfeição. Enaltecido devido ao sucesso do ProÁlcool iniciado durante o governo militar, já era comum entre fazendeiros americanos antes da Lei Seca, bem como usado em alguns veículos de competição como os karts.

É uma alternativa mais imediatista para reduzir a dependência pelo petróleo e o impacto das tensões no Oriente Médio sobre a segurança energética, mas não é tão vantajoso. Em comparação com o ciclo Diesel, além da adaptabilidade a combustíveis alternativos mais restrita e menor eficiência térmica, a partida a frio fica mais comprometida, prejudicando também a estabilização da marcha-lenta nos primeiros minutos logo após a partida. O consumo de combustível, que já é desfavorável em comparação com a gasolina, acaba tornando-se ainda mais problemático. Faz mais sentido investir no óleo diesel sintetizado a partir da cana-de-açúcar...

Tanto no tocante à segurança energética quanto à preservação ambiental, o Diesel desponta como a solução mais completa para aplicação imediata.

Um comentário:

  1. Mas tem que ser mesmo muito boca aberta para ficar criticando motor a diesel assim sem fundamento como o zé-povinho ainda faz por aí. Ninguém dá importância para o biodiesel e ainda querem depois reclamar do preço da gasolina e da falência das usinas de álcool.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html