quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Reflexão: a quem interessa manter a ilusão sobre os híbridos?

Será que algum dia veremos o Sérgio Chapelin chutar o balde em pleno Globo Repórter???
Não é mais nenhuma novidade que os automóveis híbridos tem ganhado espaço no mercado mundial, vencendo até mesmo a resistência do consumidor brasileiro, que começa a depositar neles alguma esperança, basicamente por estar a mais de 30 anos alijado do salto tecnológico dado pelos motores Diesel, e condicionado a ver no etanol e no gás natural combinados à ignição por faísca uma salvação para as crises energéticas. Já não é mais tão difícil se deparar com exemplares do Toyota Prius nas principais capitais brasileiras, além de outros híbridos mais discretos como o Ford Fusion Hybrid, que de vez em quando é citado equivocadamente em peças publicitárias como "o carro mais econômico do Brasil". Na prática não são tão "limpos" como artifícios publicitários os apresentam, e há soluções mais adequadas à realidade brasileira, ainda que venham sendo negligenciadas e marginalizadas, com destaque para os motores Diesel light-duty.
Alguns automóveis produzidos localmente, como o Chevrolet Cobalt, já contam com opção por motor turbodiesel em versões restritas à exportação, no caso um 1.3L de 75cv e 19kgfm desenvolvido em parceria com a Fiat. Tomando por referência uma média de consumo na faixa de 25 a 30km/l, é uma alternativa bastante coerente, e vale lembrar ainda a adaptabilidade a combustíveis alternativos que vão do biodiesel a óleos vegetais brutos, passando também pelo etanol, minimizando as consequências de uma eventual crise no suprimento de óleo diesel convencional. Convém levar em consideração, ainda, que a produção de um Cobalt, desde os processos de mineração e/ou obtenção de materiais reciclados e respectivos beneficiamentos até a montagem final do veículo, consome menos energia que a produção de um Toyota Prius, que tem médias de consumo em torno de 25km/l, e adaptabilidade a combustíveis alternativos mais restrita ao que a ignição por faísca permitir...

Alguns modelos como o Peugeot 3008 já contam com versões híbridas usando um motor Diesel ao invés de um similar de ignição por faísca, caso da Hybrid4 que conta com um motor 2.0HDi de 163cv tracionando o eixo dianteiro enquanto um motor elétrico de 37cv dá força às rodas traseiras, mas ainda assim a economia de combustível não é tão superior à de uma versão equipada somente com o motor 1.6e-HDi com start-stop e tracionando somente as rodas dianteiras, considerando uma utilização normal, partindo do pressuposto de que ninguém vá querer usar a potência superior e tração adicional do Hybrid4 para tentar quebrar recordes de velocidade ou rebocar um trailer de 5 toneladas... Mas a quem interessa manter o consumidor iludido a ponto de ver nos híbridos uma "opção" quando na prática são usados como uma armadilha para silenciar o clamor pela liberdade de se usar motores Diesel independentemente de capacidade de carga, passageiros ou tração do veículo no Brasil sem ser considerado um criminoso? Atribuir exclusivamente à indústria automobilística seria uma irresponsabilidade, considerando que em mercados onde há um maior respeito por parte do governo o cidadão pode contar com motores Diesel até em modelos de entrada, como o Toyota Etios, apto a obter médias de consumo na faixa de 25 a 30km/l com um motor 1.4L turbodiesel de 90cv oferecido no mercado indiano.
Tanto em um mesmo segmento quanto em classes distintas, há consumidores com preferências bem distintas entre Diesel ou híbrido, e a indústria tem a capacidade de atender tais grupos tais grupos, até mesmo no mercado brasileiro em caso de uma liberação imediata e irrestrita. Vale lembrar que não apenas os fabricantes de veículos, mas também sistemistas como a Bosch, estão direcionando mais esforços no aperfeiçoamento tecnológico de motores Diesel para que vençam as regulamentações ambientais cada vez mais rígidas e sejam reconhecidos como uma alternativa economicamente viável e adequada à realidade brasileira através de iniciativas como a Aprove Diesel (Aliança Pró-Veículos Diesel), não apenas no embalo do Pré-Sal como também respeitando a crescente importância do setor agroenergético.
Lamentavelmente, porém, o produtor rural vive num clima de insegurança jurídica reforçado pelo desrespeito à propriedade privada que vem tornando o investimento em matérias-primas energéticas um tanto arriscado, além da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) atuar de forma profundamente antipatriótica e totalmente irresponsável no tocante à segurança energética, visando manter a cadeia produtiva de biocombustíveis atrelada aos desmandos que vem ocorrendo na Petrobras. Há ainda os ecofascistas, também conhecidos como ecologistas-melancia (verdes por fora mas vermelhos por dentro), uma turminha do barulho que apronta altas confusões sempre tentando criminalizar a atividade agroindustrial e vilanizar a figura do produtor rural.
São solenemente ignoradas pelo poder público as possibilidades de se levar mais qualidade de vida e geração de empregos ao Sertão nordestino ou até mesmo às periferias de grandes regiões metropolitanas recuperando áreas degradadas com o plantio de oleaginosas rústicas como a mamona ou o pinhão-manso (Jatropha curcas, uma das principais matérias-primas para o biodiesel na Índia) sem a necessidade de expandir as atuais fronteiras agrícolas. Vale lembrar que a maior estabilidade biológica que pode ser levada com o cultivo das oleaginosas rústicas tem também o potencial para reduzir a incidência de enfermidades respiratórias devido a um melhor controle natural da umidade relativa do ar e da quantidade de poeira em suspensão, diminuindo também o acúmulo de compostos voláteis e agentes patogênicos no ar. Mas assim, os pretextos para se desviar verbas públicas destinadas à saúde também acabariam mais escassos...

Não é tão difícil chegar a uma conclusão sobre quais seriam os interesses escusos que levam os híbridos a ser apontados como uma "solução milagrosa" ou uma cortina-de-fumaça para tirar o foco sobre a incoerência em manter as restrições ao uso de motores Diesel em veículos leves no mercado brasileiro...

10 comentários:

  1. Y una vez más te vas precisamente donde les duele a los dichos "ambientalistas" que en verdad no hacen nada sino tonterías y no dicen más que unas palabritas bonitas pero vacías.

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  2. Esse tipo de coisa a Globo não mostra naquele Auto Esporte, mas deveria. Fui na Argentina ano passado e lá andei nuns carros a diesel, mas por lá a participação desse tipo de motor em carro pequeno até deu uma diminuída por causa da distribuição de diesel com menos enxofre que andava meio problemática, mas agora parece que já resolveram esse problema. Fora que com as normas novas de emissão fica bem mais caro que na época daqueles motores da época da Saveiro a diesel.

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  3. Isso é o que pouca gente se dá conta, ao mesmo tempo que tiram um direito nosso tentam empurrar o que é melhor para quem quer se manter no poder. Só num carro mais caro por causa do motor híbrido já arrecada mais imposto mesmo quando dizem que pagam uma taxa menor, e ainda tem o preço da gasolina que é mais caro e não tem tanto para onde fugir.

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  4. Um primo meu voltou faz pouco tempo da Espanha e tinha me falado desses Peugeot a diesel, mais econômicos que os carros pequenos que tem no Brasil. Chega a dar raiva a gente não ter essas opções melhores aqui.

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  5. Vi um Toyota Prius a umas semanas atrás e não achei assim tão impressionante mesmo.

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  6. Fiz intercâmbio nos Estados Unidos quando tinha 16 anos, e lá já cheguei a ver brigas envolvendo donos de carros híbridos e de carros a diesel. Tive um colega de escola que era um caipirão bem grosso mas até que bem gente boa, e ele tinha uma Silverado adaptada para rodar com óleo de cozinha velho, mas odiava tanto os carros híbridos quase fez o pai dele expulsar a irmã de casa quando ela apareceu namorando o dono de um Honda que parece uma nave espacial.

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  7. Minha moto a diesel daria uns 80 km por litro rs

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  8. Análise perfeita da situação brasileira.

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  9. Meu pai é motorista de ônibus e diz que o melhor tipo de motor é a diesel mesmo. Ele até queria comprar uma camioneta para fazer uns bicos com frete mas essas a gasolina não enchem os olhos dele.

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  10. Al menos en Ecuador los híbridos solo han despegado mientras tenian una desoneración que hoy solo se aplica a modelos hasta 1.8L en vez de valer para todos los híbridos.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html