sábado, 11 de janeiro de 2020

Caso para reflexão: Maruti Suzuki Alto 800 indiano e a viabilidade de motores Diesel em segmentos de entrada

Um daqueles carros mais pé-duro que a Suzuki produz na Índia, e também exporta para países como o Uruguai, o Alto 800 é equipado com um motor de 3 cilindros a gasolina com 796cc, com potência de 48cv a 6000 RPM e torque de 69Nm a 3500 RPM. Naturalmente, uma versão mais modesta e que se enquadra num segmento bastante crítico no tocante ao preço pode não parecer tão oportuna para se inserir um motor Diesel em função da amortização do custo inicial até por conta de um grau mais alto de sofisticação que se tem observando nesse tipo de motorização principalmente em comparação aos similares de ignição por faísca mais básicos como o usado no Maruti Suzuki Alto 800.

No entanto, considerando que a Maruti ainda produz um motor turbodiesel de 2 cilindros e 793cc que hoje é oferecido somente numa versão de 32cv a 3500 RPM e 75Nm a 2000 RPM para utilitários de pequeno porte mas já chegou a contar com outra especificação de 48cv e 125Nm nas mesmas faixas de rotação que chegou a ser usado no Celerio, não deixa de ser oportuno considerar que esse mesmo motor ainda teria alguma condição de se manter adequado a carros pequenos que teoricamente teriam um uso mais essencialmente urbano apesar de regularmente também serem vistos percorrendo longas distâncias na mão de turistas estrangeiros que vem veranear no Brasil. Levando em conta que um dos motivos alegados pela Maruti para que esse motor, atualmente homologado nas normas de emissões Bharat Stage IV equivalentes à Euro-4, esteja programado para sair de linha tão logo entrem em vigor as normas Bharat Stage VI, ainda é de se considerar que apesar do tamanho tão diminuto ainda seria capaz de permanecer útil a veículos de passageiros mesmo que algumas estratégias que viessem a ser aplicadas para enquadrar numa classificação mais restritiva de emissões envolvessem um de-rating na mesma faixa de potência e torque encontrada na aplicação atual, e cairia como uma luva no Alto 800.

Ainda que num veículo tão compacto e com um nível de equipamento mais simples a opção Diesel até possa parecer inviável à medida que vão recrudescendo as regulamentações ambientais, não deixa de ser relevante destacar a atual obsessão pela potência que o público generalista quase sempre trata como se fosse o parâmetro mais importante para definir um motor como melhor ou pior. Por mais que o atual estágio de desenvolvimento tecnológico tenha levado motores turbodiesel com uma cilindrada relativamente baixa a desempenharem tão bem quanto ou até melhores que similares a gasolina com a cilindrada um pouco mais alta e aspiração natural, não seria de se duvidar que um motor como o que a Maruti faz pudesse atender razoavelmente até a uma parte do público dos carros "populares" brasileiros...

Um comentário:

  1. Me obrigo a ser um pouco mais pessimista quanto à viabilidade de motor a diesel num subcompacto, como a própria retirada do Celerio Diesel de linha demonstrou.

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Nem sempre é viável manter as relações de marcha originais após converter um veículo para Diesel, em função dos regimes de rotação diferenciados. Portanto, uma alteração das relações de diferencial ou até a substituição do câmbio podem ser essenciais para manter um desempenho adequado a todas as condições de uso e a economia de combustível.

It's not always viable to retain the stock gear ratios after converting a vehicle to Diesel power, due to different revving patterns. Therefore, some differential ratio or even an entire transmission swap might eventually be essential to enjoy a suitable performance in all driving conditions and the fuel savings.

Mais informação sobre relações de marcha / more info about gear ratios
http://dzulnutz.blogspot.com/2016/03/relacao-de-marcha-refletindo-sobre.html